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Artigo: RECONHECER o outro na sua DIFERENÇA

Por Ronaldo Carlos (professor, músico e filósofo) – O elogio certo, à pessoa certa, no momento certo, no lugar certo, é fundamental. Por exemplo, no caso do exercício de uma missão eletiva, é um reconhecimento de que aquele ou aquela honrou o mandato delegado pelo povo, através do voto. Reconhecimento é deferência, não privilégio. No caso específico, da visibilidade do gestor ético, é o sinal da aprovação da aplicação correta dos recursos orçamentários, do zelo pelo patrimônio que é de todos, pela gestão respeitosa, executando, firmemente, as políticas públicas. Não se trata de estar formatando um salvador da pátria… o mandato é do povo.

De tantos desmandos com a coisa pública, que nos provocam múltiplos sofrimentos, fomos, aos poucos, perdendo a capacidade de reconhecer, publicamente, as pessoas honradas. Podemos cair na tentação de dizer: “ele não fez mais que sua obrigação”. Muito bem! Quem não o fez, também tinha a mesma obrigação, mas, não fez. É um problema ético e de compromisso com o povo, não com interesses escusos ou de grupos que sugam o município.

É preciso apoiar as ações que promovem a sustentabilidade e equilíbrio, mesmo entendendo que elas não são extraordinárias, mas, parte da rotina de trabalho de quem constrói um projeto político, dialogando com o povo, com as categorias profissionais, com os diversos segmentos sociais. Isso não nos despersonaliza, politicamente, é participação democrática. É como o dialogo inter-religioso. Não preciso mudar minha fé porque aceito o outro na sua diferença. Continuo com a minha! Aliás, igualdade não é homogeneidade, mas, o encontro das diferenças. Dessa forma, enxergamos a verdade do outro que, não estando no nosso “time”, contribui para a construção do grande projeto social, que envolve muitos atores e forças, com suas peculiaridades.

Quando formamos alianças, penso que dizemos: você é diferente de mim, não é do meu partido, mas, na nossa diferença, podemos construir juntos. Isso não nos diminui. Pelo contrário, a opressão, as vezes disfarçada de unanimidade, seja de onde for, desqualifica nossa luta. Aliás, a palavra lutar, no idioma iraniano, significa, resistir como uma pedra. É preciso resistir pelas boas causas e construir juntos o grande projeto social.

Finalmente, citando Frei Betto , eu diria: “Vejo-te como uma daquelas pessoas frente às quais não cabe a indiferença”. Não é a diferença que mata, mas, a indiferença!

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