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CRISE POLÍTICA: Romero Jucá anuncia que deixará cargo de ministro do Planejamento após divulgação de áudios

A decisão ocorre após gravações do peemedebista com o ex-presidente da Transpetro serem divulgadas - Foto: Divulgação
A decisão ocorre após gravações do peemedebista com o ex-presidente da Transpetro serem divulgadas – Foto: Divulgação

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, afirmou na tarde desta segunda-feira (23) que irá se licenciar do comando da pasta até que o Ministério Público Federal apresente um parecer sobre o áudio divulgado nesta manhã. Mesmo anunciando a “licença”, mais tarde, Jucá disse que “tecnicamente” pedirá exoneração, pois voltará a exercer seu mandato de senador pelo PMDB-RR.

“Tecnicamente vou pedir exoneração e meu secretário executivo (Dyogo Oliveira) assume”, afirmou em entrevista no Salão Verde da Câmara dos Deputados, quando se dirigia para a Comissão Mista de Orçamento (CMO) na noite desta segunda.

A decisão ocorre após gravações do peemedebista com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, serem divulgadas. Nela, o presidente nacional do PMDB sugere a existência de um pacto para obstruir a Operação Lava Jato, dizendo que é preciso “estancar a sangria”. Jucá nega que se referia à investigação e diz que trechos publicados da conversa realizada em março estão “fora de contexto”.

Na tarde desta segunda, o ministro afirmou que nesta noite entrará junto ao Ministério Público Federal pedindo uma manifestação. “Não quero que paire nenhuma dúvida sobre meu comportamento”. Ele disse ainda que não quer servir de massa de manobra para prejudicar o Governo Temer.Apesar de se dizer inocente de quaisquer acusações e de que não deve nada a ninguém, Jucá disse que não sabe se volta ao comando da pasta do Planejamento.

O peemedebista rebateu o senador Telmário Mota – afirmou que irá entrar com pedido no Conselho de Ética do Senado para pedir a cassação do mandato do senador – e disse que este deveria entregar sua mulher, que está foragida, ao invés de ir atrás dele.

Apesar de licenciado do comando do ministério, Jucá confirmou sua permanência na presidência do PMDB.

Romero Jucá é alvo de dois inquéritos no Supremo Tribunal federal. O peemedebista é suspeito de receber propina no esquema de corrupção da Petrobras.

Entrevista coletiva

No início da tarde desta segunda-feira, Romero Jucá havia dito que não pretendia pedir demissão ou afastamento do cargo e reafirmou apoio à Lava Jato. “Quero reafirmar o meu apoio à Operação Lava Jato. Nunca cometi nenhum ato que possa dificultar qualquer operação”, defendeu-se.

“Não é minha expectativa entregar o cargo. Da minha parte estou muito tranquilo, estou focado no trabalho”, garantiu o ministro.

Ele enfatizou, no entanto, que a decisão é do presidente em exercício: “O cargo de ministro é uma decisão do presidente Michel Temer. Vou exercê-lo na plenitude enquanto tiver a confiança de Temer”.

Diálogo com ex-presidente da Transpetro

O jornal Folha de S. Paulo divulgou nesta segunda-feira (23) comprometedor diálogo entre o ministro do Planejamento de Michel Temer e segundo nome do PMDB, senador licenciado Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

As conversas ocorreram em março deste ano, duram 1h15 e estão sob o poder da Procuradoria-Geral da República, diz o jornal. Jucá e Machado relatam preocupação com delações premiadas e o desenvolvimento da Operação Lava Jato, que investiga ambos.

Machado diz ao peemedebista: “acho que o Janot (procurador-geral da República) está a fim de pegar vocês”. Jucá sugere a “política” como solução e desabafa: “Tem que resolver essa porra… Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria”.

Machado comandou a Transpetro por dez anos. Ele é alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) ao lado de Renan Calheiros (PMDB-AL). Machado assumiu ter sido indicado ao cargo pela executiva do PMDB nacional.

O ministro concordou quando Machado disse que “a solução mais fácil era botar o Michel (Temer)” e “é um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional”. Jucá completou: “Com o Supremo, com tudo” e disse: “delimitava onde está, pronto”.

A conversa aconteceu antes da votação do impeachment de Dilma na Câmara.

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