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Dilma já estuda REDUÇÃO no número de ministérios

Ministro da Defesa, Jaques Wagner
Ministro da Defesa, Jaques Wagner

A presidente Dilma Rousseff tem discutido dentro do governo a redução no número de ministérios (atualmente, são 39), mas não levará adiante uma reforma na estrutura administrativa enquanto ainda estiver enfrentando a crise política aguda. Segundo ministros de Dilma, será preciso aguardar um momento de maior calmaria para desencadear o processo de redução de pastas, já que se considera inevitável que a medida provocará contrariedade entre os aliados que perderão cargos.

A reforma, no entanto, já começa a ser tratada publicamente. Em entrevista publicada no GLOBO na segunda-feira, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que a presidente não é contrária à redução de ministérios. No mesmo dia, indagado sobre o tema após a reunião com Dilma, o

isse que o enxugamento da máquina pública e a redução dos gastos do governo são bem-vindos, e que a presidente está traçando cenários com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

— Sobre a fusão e redução de ministérios, diria que é uma preocupação constante de qualquer governo e deste. É sempre positivo você fazer a racionalização da máquina, mas hoje realmente não teve nenhuma discussão objetiva sobre pasta A ou B, fusão dessa com aquela. Mas diria que o guarda-chuva da boa gestão e da racionalidade vai estar sempre presidindo, principalmente num momento de dificuldade. Então, sempre que você puder, sem prejuízo político, fazer redução de custos, acho que é sempre bem-vinda — argumentou Wagner.A vontade de implementar a reforma vem especialmente da equipe econômica, que quer adotar um discurso de redução de gastos. O Ministério do Planejamento vem estudando, há alguns meses, medidas para reduzir não só os ministérios, mas também os cargos comissionados. Vários cenários já foram avaliados.

— Existem diversos cenários em análise, mas nada foi conclusivo até agora — disse um técnico do ministério.

Na equipe econômica, a avaliação é que esse tipo de medida não representaria uma economia significativa de recursos, mas daria sinal importante de comprometimento com a austeridade fiscal. Boa parte dos “novos” ministérios eram secretarias subordinadas a pastas já existentes. Assim, o custo de manutenção dessas estruturas não cresceu de forma significativa:

— Mas reduzir o número de ministérios é mostrar que o governo também está fazendo a parte dele para conter gastos — afirmou um integrante da equipe econômica.

Dilma ainda não tratou do assunto com o vice-presidente Michel Temer, presidente do PMDB. Em uma demonstração do nível de contrariedade que o tema pode provocar, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deu ontem uma alfinetada no governo:

— Fico feliz, sinal de que minha ideia (de limitar a 20 ministérios) é uma ideia que o governo resolveu se sensibilizar. O governo tem de dar o exemplo. Reduzir ministérios e cargos de confiança é um sinal para a sociedade que o governo está se sacrificando. Acho importante. Agora, que não corte só ministérios que não sejam do PT.

Na avaliação de um ministro do PMDB, a presidente criaria uma guerra com Temer ao mexer nos ministérios ou secretarias comandados pelo partido. Para ministros do Planalto, essas pressões por reforma surgem de fontes que querem, na verdade, a saída de Aloizio Mercadante da Casa Civil.

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