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No período de 1 ano, reservatórios do Seridó e Paraíba perderam grande volume de água

Açude Itans de Caicó, tem   apenas 8,78 % de sua capacidade (FOTO: Sidney Silva)
Açude Itans de Caicó, tem apenas 8,78 % de sua capacidade (FOTO: Sidney Silva)

A situação de falta de água no Nordeste se agrava e não é diferente em outras regiões do País. No Seridó, do Rio Grande do Norte, as populações ao longo dos anos, se fixaram em torno de suas fontes e ao longo de seus rios e córregos. “Construímos aglomerados urbanos e fizemos a cada 2km um barramento de água até alcançarmos o atual estágio de desenvolvimento que ainda é injusto e desigual do ponto de vista político, econômico, social e ambiental“, comentou, José Procópio de Lucena, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Piranhas/Açu, em entrevista na Rádio Caicó AM.

Preocupado com a situação atual dos reservatórios, Lucena, detalhou os dados da Agência Nacional de Água (ANA), que revelam perda considerável no período de 1 ano. Os reservatórios, Curema/Mãe D’Água, Armando Ribeiro Gonçalves e Itans, todos na bacia hidrográfica do rio Piancó-Piranhas-Açu, estão hoje em situação piores que no mesmo período de 2014.

Vejam o comparativo dos volumes acumulados em abril/2014 e abril/2015, nos referidos açudes:

Curema, na cidade de mesmo nome

*Volume em 16/04/2014: 206 milhões e 07 mil m³ (34,83%)

*Volume em 20/04/2015: 123 milhões, 979 mil e 314 m³ (21,01%)

Situação em 2015: o volume do açude é 81,75 milhões de m³ inferior ao mesmo período do ano anterior

Mãe D’Água, também localizado na cidade de Coremas

*Volume em 16/04/2014: 164 milhões e 70 mil m³ (29,00%)

*Volume em 17/04/2015: 129 milhões, 486 mil e 592 m³ (22,80%)

Situação em 2015: o volume do açude é 34,59 milhões de m³ inferior ao mesmo período do ano anterior

Armando Ribeiro Gonçalves

*Volume em 17/04/2014: 963 milhões e 8 mil m³ (40,13%)

*Volume em 17/04/2015: 729 milhões e 608 mil m³ (30,40%)

Situação em 2015: o volume do açude é 232,56 m³ inferior ao mesmo período do ano anterior

Itans

*Volume em 20/04/2014: 16 milhões e 290 mil m³ (19,9%)

*Volume em 20/04/2015: 7 milhões e 180 mil m³ (8,78%)

Situação em 2015: o volume do açude é 9 milhões e 110 mil m³ inferior ao mesmo período do ano anterior.

O açude Itans, atingirá o volume morto quando atingir a marca de 4.800.000,00 m³, ou seja, faltam 2 milhões e 380 mil metros cúbicos a marca.

Estes dados ascendem o sinal vermelho para os governos e sociedade. Poderemos enfrenta um colapso no abastecimento d’água no Seridó. A explicação é uma só: Faltaram planejamento estratégico na gestão integrada e compartilhada dos recursos hídricos, e os investimentos necessários em obras estruturantes e permanentes. Há também mau gerenciamento dos recursos hídricos pelo poder público em todas as esferas de atuação. A gestão das águas no estado representa um desafio a ser enfrentado. E preciso que, tratando-se de fator escasso na Região, a água seja administrada de forma participativa, democrática, eficiente e eficaz. Assegurar que a água esteja disponível para as diferentes formas de consumo implica viabilizar investimentos de distintas naturezas e, sobretudo, gerenciar cuidadosamente sua oferta e o uso. Isso se torna mais complexo diante da realidade climática da Região e dos vários interesses que envolvem desde as instancias de governo ate as diversas categorias de usuários“, disse.

Segundo dados técnicos, no Brasil, 70% da água é consumida pela agricultura, 22%, pela indústria e 8%, pelas residências. “E quando se fala em redução de consumo, só se pontuam os 8%, e não os 92%. Ou seja, as campanhas de consumo consciente têm foco no consumo individual ou familiar, mas, não se questionam os gastos de água pelo agronegócio, pelas indústrias e outros consumos“, reclama.

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