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Operação “Mal Assombro”: Aureliano Rodrigues é condenado a 13 anos e 6 meses de reclusão por homicídio

Aureliano foi condenado pela Justiça
Aureliano foi condenado pela Justiça

O Tribunal do Júri da comarca de Natal acatou a principal tese do Ministério Público Estadual (MPRN) para condenar Aureliano Rodrigues da Silva à pena de 13 anos e 6 meses de reclusão pelo homicídio duplamente qualificado de Joaquim Gomes, crime ocorrido em 29 de fevereiro de 2000, na avenida Prudente de Morais, em Natal (Processo nº 0000411-04.2006.8.20.0001, 1ª Vara Criminal).

A condenação de Aureliano Rodrigues pelo referido crime é um dos principais resultados obtidos até então da Operação “Mal Assombro”, deflagrada em 2012 pelo MPRN conjuntamente com a Polícia Civil, que desbaratou quadrilha responsável por diversas mortes ocorridas no Vale do Açu, com origens ainda na década de 80, tendo como principais responsáveis integrantes das famílias Fonseca e Rodrigues, baseadas na região, chefiados por José Rodrigues da Silva, o falecido “Zé Rodrigues”.

O crime de que foi vítima Joaquim Gomes teve sua apuração possibilitada após a prisão de Aureliano Rodrigues. Ele foi detido no Rio de Janeiro, cidade em que se escondia por mais de 15 anos. Todo o trabalho aconteceu em decorrência de trabalhos de inteligência realizados na cidade pela equipe que trabalhava na Operação “Mal Assombro”.

Com a prisão de Aureliano Rodrigues, foi possível reconstruir evidências probatórias que comprovaram ter sido ele um dos autores dos disparos que vitimou Joaquim Gomes, ex-integrante da própria quadrilha, da qual foi expulso por rixa com outros participantes, tendo sua morte, inclusive, sido decidida em reunião da qual participou Odelmo Rodrigues, ex-presidente da Câmara de Vereadores de Assu (também acusado no processo como autor intelectual do homicídio), o próprio Aureliano, um pistoleiro conhecido por “Zé de Padre” e o filho deste, José Patrício Rodrigues, que serviu de testemunha em Juízo sobre toda a trama e da história de crimes do grupo criminoso.

Segundo a denúncia do MPRN, no dia 29 de fevereiro de 2000, após diversas tentativas frustradas para matar Joaquim Gomes, vinha este pela avenida Prudente de Morais quando os autores do crime seguiram o veículo da vítima e, no momento em que este parou atrás de um caminhão coletor de lixo, conduzido pela testemunha Cândido Henrique, foi alvejado por 17 disparos de arma de fogo, efetuados de um veículo palio, cor verde, em que estavam Aureliano Rodrigues e outro integrante da quadrilha.

A prisão de Aureliano Rodrigues, além de possibilitar a condenação ocorrida na semana passada pelo1º Tribunal do Júri, permitiu também que ele respondesse a outra acusação de duplo homicídio ocorrido na comarca de Campo Grande, pelo qual havia sido expedido mandado de prisão que permitiu sua prisão no Rio de Janeiro. Pelo crime julgado na comarca de Campo Grande, Aureliano foi condenado a 18 anos de reclusão, em júri ocorrido ainda em novembro de 2012.

O Promotor de Justiça José Hindemburgo de Castro Nogueira Filho, que atuou no júri, no início da semana passada, lembra que no mesmo julgamento do qual foi condenado Aureliano Rodrigues foi absolvido de uma acusação de tentativa de homicídio contra Cândido Henrique, que dirigia o caminhão do lixo na ocasião em que foi praticado o homicídio, teve um tiro disparado contra ele também, mas desapareceu e até o julgamento não foi localizado.

Quanto a Odelmo Rodrigues, ele é o sucessor de “Zé Rodrigues”, segundo dados colhidos na investigação e constantes no processo da Operação “Mal Assombro”, e foi pronunciado como autor intelectual do crime contra Joaquim Gomes, tendo recorrido da pronúncia ao Superior Tribunal de Justiça, que é uma decisão que reconhece indícios de autoria e provas da ocorrência do crime acusado, determinando que o réu vá a Júri popular.

Em relação a Odelmo Rodrigues, aguarda-se o trânsito em julgado da decisão que não acatou o recurso interposto perante o Superior Tribunal de Justiça em relação a sua pronúncia (ARESP 677797/RN), para que possa o mesmo ser submetido a Júri popular pelo crime de que restou condenado Aureliano Rodrigues, seu irmão.

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