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Servidores do MPU entram em greve no RN contra “reajuste negativo”

Servidores do MPU decidem parar suas atividades
Servidores do MPU decidem parar suas atividades

Os servidores do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Publico do Trabalho (MPT) no Rio Grande do Norte entraram em greve nesta terça-feira, 1º de setembro, na luta pela recomposição de seus salários, que já acumulam perdas de 67% nos últimos nove anos, de acordo com o Dieese e baseado no IPCA. A categoria rejeita o substitutivo negociado entre a Administração do MPU e o Governo Federal, que poderá resultar, até mesmo, em redução de salários para o próximo ano.

A Administração do MPU chegou a emitir uma nota, no dia 14 de agosto, garantindo que mantinha “a disposição em atender e apoiar a decisão da categoria” de lutar pelo texto original do PLC 41/2015. Porém seis dias depois decidiu enviar ao Congresso um substitutivo negociado entre a Administração e o Executivo (sem participação dos servidores), apesar de todas as assembleias convocadas pelo sindicato da categoria (Sinasempu) terem sido contrárias à proposta.

O substitutivo já foi aprovado no Senado e aguarda votação na Câmara. O Governo Federal e a Administração do MPU defendem a proposta alegando se tratar de um reajuste de 41%, sem detalhar que o valor final só será atingido em julho de 2019, sendo provável que não recomponha nem mesmo a inflação dos próximos quatro anos, muito menos as perdas já acumuladas.

Outro dado que Administração e Executivo escondem é que esses supostos 41% irão absorver um direito dos servidores já conquistado na Justiça e por decisão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que um mês atrás garantiu uma recomposição de 13,23% aos servidores, em decorrência de uma irregularidade cometida pelo Governo Federal em 2003, quando do reajuste do funcionalismo.

Com a perda desses 13,23%, o próprio texto do substitutivo admite que alguns servidores terão redução salarial em 2016. Em seu artigo 24, o substitutivo prevê que uma “vantagem pessoal nominalmente identificada” será concedida caso haja “redução de remuneração” resultante da aplicação da lei.

Aderiram à greve, no Rio Grande do Norte, a sede da Procuradoria da República em Natal e as procuradorias da República em Mossoró, Caicó e Pau dos Ferros, além da Procuradoria Regional do Trabalho (PRT) na capital e as unidades do MPT em Mossoró e Caicó. Os servidores lutam para que a Administração do MPU retire o substitutivo e apoie a aprovação do PLC 41/2015.

Os servidores do MPF e MPT defendem a aprovação do texto original do PLC 41/2015, que prevê um reajuste médio de 56% a ser dividido em três anos. Ainda de acordo com o Dieese, esse percentual não irá repor sequer a inflação desde 2006, sem contar o índice que se acumulará até o fim de 2017.

A categoria também apoia a luta dos servidores da Justiça Federal em todo o Brasil, que já estão em greve há mais de três meses pela derrubada do veto ao PLC 28/2015.

Aumento de 115% – Ao mesmo tempo que a Administração do MPU alega que não há condições para um reajuste melhor para os servidores, no mesmo substitutivo negociado com o Governo Federal foi acrescentado um aumento de 115% para 1.400 cargos comissionados, que podem ser ocupados por indicação, independente de concurso público.

Dr. DINNA Oliveira
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