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O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação, Gilberto Kassab (PSD), é alvo de busca e apreensão da Polícia Federal nesta quarta-feira, 19. A ação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e tem origem no acordo de colaboração dos executivos do grupo J&F. Ao todo, a PF cumpre oito mandados de busca e apreensão. Além de Kassab, são cumpridos mandados relacionados ao governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria. A Polícia Federal não especificou as características dos mandados ligados ao chefe do poder executivo do RN.

De acordo com a PF, o objetivo da ação é “investigar o recebimento de vantagens indevidas”, entre os anos de 2010 a 2016, por parte de Kassab. Os repasses das empresas de Joesley e Wesley Batista teriam como objetivo garantir que Kassab defendesse os interesses do grupo e apoiasse a então candidata do PT Dilma Rousseff na eleição de presidencial de 2014.

Tanto o ex-prefeito de São Paulo como Robinson Faria são investigados por corrupção passiva e falsidade ideológica eleitoral. Ao longo da investigação, diz a PF, descobriu-se que os repasses para Kassab e Faria teriam sido efetuados por meio da assinatura de contratos falsos com simulação de serviços entre as empresas do Grupo J&F e firmas indicadas pelos políticos. Além de Robinson e Kassab, um deputado federal eleito em 2014 também seria alvo da investigação, mas não há a confirmação sobre qual é o parlamentar.

Aproximadamente 40 policiais federais dão cumprimento aos mandados de busca e apreensão, sendo seis mandados no estado de São Paulo e dois no Rio Grande do Norte.

Memória

Em delação do executivo da JBS Ricardu Saud, o investigado afirmou que a empresa deu recursos indevidos a Robinson Faria e ao deputado federal Fábio Faria na campanha eleitoral de 2014, com o interesse de ter vantagens em caso de vitória de Robinson Faria. O interesse, de acordo com Saud, seria na privatização da Caern e os valores girariam em torno de R$ 10 milhões.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, excluiu Fábio Faria da investigação afirmando que “não foi possível colher nenhum elemento probatório que demonstrasse que o investigado cometeu os referidos delitos”. Segundo a procuradora, “todas as pessoas relacionadas aos fatos noticiados pelo colaborador negaram ter mantido alguma relação com o parlamentar”.

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