Uma das advogadas denunciadas na Operação Carteiras por suposto envolvimento e interlocução em ações criminosas do Sindicato do Crime do RN (SDC-RN), Mona Lisa Albuquerque de Lima, negou por meio de nota qualquer tipo de ligação com a facção criminosa potiguar e disse ter sido “envolvida erroneamente na operação desastrosa denominada “carteiras””, do Ministério Público do Rio Grande do Norte.
A nota é assinada pela advogada Luana Custódio dos Santos, tem duas páginas e foi enviada à TRIBUNA DO NORTE na última segunda-feira (12). Segundo a nota, a advogada Mona Lisa era uma “criminalista ativista” e alguns meses antes da deflagração da operação, a jurista, segundo a nota, havia identificado atos de de tortura e negligência a presos doentes e alimentação insalubre numa unidade prisional do RN. No texto, a representante legal diz que o relatório criminoso denunciado pelo Ministério Público trata-se de um documento com denúncias de tortura e outros pleitos enviado a um juiz para averiguar as problemáticas de uma unidade prisional do RN.
“Após comprovar a tortura com o envio de um relatório ao juiz da comarca onde ela ocorreu, outro juiz, sem relação com o caso, determinou a quebra de sigilo telefônico da advogada, sem explicar o motivo e carecendo de nexo com os fatos ora investigados. A alegação é de existia indícios de tráfico de drogas e associação ao tráfico, entretanto ao término das escutas telefônicas, encerraram o procedimento alegando que nenhum ilícito foi encontrado”, diz trecho.
A advogada Luana Custódio prossegue alegando que sua cliente já não atendia nas unidades prisionais há quase seis meses e que nas ações de busca e apreensão não foram encontrados bilhetes ou materiais ilícitos em sua residência ou endereço comercial. “tanto porque não existia, quanto não foi exposto na mídia”.
“Apesar do processo ser sigiloso, diariamente, fake news eram lançadas contra a advogada. O pior momento ocorreu quando chegou a fase da defesa apresentar as provas e realizar requerimentos que a absolvem das acusações. Todas as provas atestam que a advogada não cometeu nenhum ilícito, inclusive, uma perícia foi realizada, comprovando ser impossível o conteúdo apresentado ser de autoria da advogada. Contrariando a legislação, o colegiado de juízes se recusou a analisar os documentos apresentados, dando ouvidos apenas ao Ministério Público, e que tais provas só seriam possivelmente analisadas na audiência”, disse.
A representante legal da advogada Mona Lisa diz ainda, na nota, que a jurista está aquartelada há dois meses e está acometida por depressão “diante de tais aberrações jurídicas, entre outras doenças que também estão sendo desconsideradas ao crivo do judiciário”.