Ultimamente, alguns setores da política local têm discutido sobre a possibilidade da desistência da candidatura de Natália e o apoio a Carlos Eduardo. No entanto, Júnior Souto negou. “Não, nós não temos essa discussão. Nem entre nós aqui, sequer de modo silencioso, dissimulado, qualquer força, qualquer campo do partido levantou essa hipótese. A questão está posta, não há entre nós dúvidas sobre estratégia definida. Pode ser que se especule sobre isso fora, por qualquer razão. Não vem aqui o caso, eu comentar o que seria a motivação para essa questão. Mas dentro de nós não, não tem. Houve época em que a gente tinha candidatura de divisões internas, um grupo ou outro, decidindo com outra concepção tática. No momento nós estamos absolutamente unificados e alinhados à candidatura de Natália. Não se cogita, não se especula esse projeto”, diz Júnior.
“O caso de Natal é ativo. Nós estamos caminhando numa disputa com o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, que efetivamente esteve recompondo a aliança conosco, foi nosso candidato na eleição passada. Portanto, a disputa se dá num campo em que a gente não está diante da possibilidade de fazer uma definição tática que colabore com o bolsonarismo e considerando que Natal é uma cidade onde há segundo turno. E a gente pode naturalmente receber esse apoio fundamental pelo fato de ter lançado a candidatura”, relata o presidente do PT.
Thiago Medeiros aponta que não vê o PT apoiando Carlos Eduardo em um primeiro turno. Porém, no segundo turno, as coisas podem mudar. “Até porque, apesar de estar bem pontuado nas pesquisas, Carlos Eduardo também precisa mostrar uma coisa que é muito importante em toda e qualquer candidatura, que é a viabilidade política partidária. Quais são os partidos que vão sustentar aquela candidatura? Lembre-se que nas últimas eleições, Carlos Eduardo também liderou quase todas as pesquisas para o Senado e não veio a lograr êxito durante o processo eleitoral, que tem uma dinâmica completamente diferente de uma pré-eleição”, fala.
LULISMO X BOLSONARISMO
Em uma eventual possibilidade de nacionalização da disputa política, Thiago Medeiros analisa: “A questão de derrotar o Bolsonaro, eu acho que é primeiro ver se essa eleição será nacionalizada. Se ela for nacionalizada e criar essa possibilidade de um, digamos assim, lulismo versus bolsonarismo, a tendência é que, de fato, o próprio PT cresça dentro dessa dualidade. Então, acho que a lógica maior é de que se cresça o fortalecimento em torno da campanha de Natal”, diz.
Já para o PT, não há dificuldade em dialogar com outros partidos da base aliada em uma eventual disputa entre Lula e Bolsonaro nas eleições municipais, é o que aponta Júnior Souto. “Nós estamos trabalhando no Estado inteiro, estamos com mais de 130 diretórios e vamos perseverar onde for possível para construir nossa candidatura, mas não teremos dificuldade de discutir com aliados quando tiver claro que o risco é a permanência de um bloco de força ultraconservadora bolsonarista”, revela.
AgoraRN