Os investigadores da Polícia Federal (PF) reuniram evidências de que a atual cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) atuou para atrapalhar as investigações sobre o esquema de vigilância ilegal montado no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Os dados, que constam de relatório da PF, colocam em xeque a permanência do diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Correa, e seu número 2, Alessandro Moretti, no cargo.
Segundo relatório da PF, a Abin negou seguidas vezes informações solicitadas pela PF sobre o caso alegando sigilo, foram encontrados notebooks formatados e algumas demissões foram paralisadas.
Os investigadores também verificaram a existência de reuniões em que a atual cúpula da PF garantia aos envolvidos que as investigações tinham “cunho político” e que “iriam passar”.
Outra evidência é que a Abin fez uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que a investigação fosse deixada a cargo do próprio órgão. O documento é assinado por Moretti.
Procurada pela CNN, a Abin informou “há 10 meses a atual gestão vem colaborando com inquéritos da PF e do STF sobre eventuais irregularidades cometidas no período de uso de ferramenta de geolocalização, de 2019 a 2021”.
E acrescentou que “a Abin é a maior interessada na apuração rigorosa dos fatos e continuará colaborando com as investigações”.
AgoraRN