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Campeã do Carnaval de 2024 foi uma das escolas que mais usaram a iluminação cênica, novidade do Carnaval deste ano; enredo falou sobre culto vodum às serpentes, uma tradição africana
Campeã do Carnaval de 2024 foi uma das escolas que mais usaram a iluminação cênica, novidade do Carnaval deste ano; enredo falou sobre culto vodum às serpentes, uma tradição africana

A escola Unidos do Viradouro conquistou nesta quarta-feira 14 o seu terceiro título de campeã do Carnaval 2024 do Rio de Janeiro. A escola de Niterói, região metropolitana, foi a última a desfilar no Grupo Especial e fez um desfile tecnicamente perfeito ao levar para a Sapucaí o enredo “Arroboboi, Dangbé”, sobre o culto vodum às serpentes.

Sob os cuidados do carnavalesco Tarcísio Zanon, a Viradouro mergulhou no cosmo do vodum, tradição religiosa da costa ocidental africana que tem suas raízes entre o povo jeje e uidá. O enredo saudou o vodum, palavra que significa espírito na língua bês.

Antes do início da apuração, o locutor das notas Jorge Perlingeiro anunciou que quatro escolas entraram com pedido de punição contra a Viradouro por, supostamente, usar mais de 15 pessoas em sua comissão de frente.

A Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro) afirmou que os recursos foram aceitos, mas só serão analisados nesta quinta-feira 15. No entanto, mesmo com uma eventual punição, o resultado não deve mudar. A escola não quis saber e festejou muito a conquista.

No desfile da Viradouro, a divindade foi muito bem representada na comissão de frente. A apresentação, considerada uma das mais surpreendentes do Carnaval, trazia uma serpente que rastejava pela pista da Sapucaí. O efeito do elemento cenográfico acontecia com o auxílio de uma pessoa, deitada sobre uma estrutura com rodas.

Boa parte das alegorias da Viradouro tinham elementos que giravam em círculo, representando o movimento das serpentes. No refrão do samba-enredo, o vodum serpente era mais uma vez louvado: Arroboboi significa “salve o espírito infinito da serpente”.

Ao finalizar o desfile na última noite do Carnaval carioca, a agremiação foi seguida pelo arrastão da Sapucaí —isto é, o público deixou frisas, camarotes e arquibancadas para invadir a avenida. Em uma espécie de canto premonitório, os presentes cantavam o samba a capela: “Arroboboi dangbé, desfila seu axé na alma e no couro. Derrama nesse chão a sua proteção pra vitória da Viradouro”.

A campeã foi uma das escolas que mais usaram a iluminação cênica, novidade do Carnaval deste ano. No momento em que as luzes da avenida se apagavam, sobressaíam as cores neon das fantasias e do abre-alas, especialmente no primeiro setor do desfile.

Neste ano, a apuração das campeãs não aconteceu na Apoteose, como costuma ser feito, mas sim na Cidade do Samba, onde ficam os barracões.

Após o anúncio da vitória da Viradouro, a escola fez um minidesfile pelo local e contou com integrantes de outras escolas em sua bateria para comemorar o campeonato.

A quadra da escola, em Niterói, ficou lotada para a comemoração. A festa na agremiação do bairro do Barreto começou antes mesmo do anúncio oficial da vitória.

Confira a classificação do desfile das escolas de samba do carnaval do Rio de Janeiro

1º – Viradouro – 270,0
2º – Imperatriz – 269,3
3º – Grande Rio – 269,2
4º – Salgueiro – 269,0
5º – Portela – 268,9
6º – Vila Isabel – 268,8
7º Mangueira – 268,8
8º – Beija-Flor – 268,5
9º – Tuiuti – 268,3
10º – Mocidade – 267,2
11º – U. da Tijuca – 265,7
12º – Porto da Pedra – 264,9

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