O Hamas encerrou as negociações de cessar-fogo no Cairo e agora espera o que os mediadores trazem das negociações do fim de semana com Israel, disse uma autoridade do grupo militante nesta sexta-feira (23). Esse parece ser o esforço mais sério das últimas semanas para interromper os combates.
Os mediadores têm intensificado os esforços para garantir um cessar-fogo em Gaza, na esperança de evitar um ataque israelense à cidade de Rafah, onde mais de 1 milhão de pessoas deslocadas estão abrigadas, no extremo sul do enclave.
Israel afirma que atacará a cidade se não houver um acordo de trégua em breve. Washington pediu a seu aliado próximo que não o faça, alertando para o grande número de vítimas civis se o ataque à cidade for concretizado.
O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, reuniu-se com mediadores egípcios no Cairo, na semana passada, para discutir uma trégua, em sua primeira visita desde dezembro. Israel deve participar de conversações neste fim de semana em Paris com mediadores de Estados Unidos, do Egito e Catar.
Duas fontes de segurança egípcias confirmaram que o chefe da inteligência egípcia, Abbas Kamel, iria nesta sexta-feira a Paris para as negociações com os israelenses, depois de concluir as conversas com o líder do Hamas, Haniyeh, ontem. Israel não comentou publicamente sobre as negociações em Paris.
A autoridade do Hamas, que pediu para não ser identificada, disse que o grupo militante não ofereceu nenhuma nova proposta nas conversações com os egípcios, mas estava esperando para ver o que os mediadores vão trazer de suas próximas conversações com os israelenses.
“Discutimos nossa proposta com eles [os egípcios] e vamos esperar até que retornem de Paris”, disse o representante do Hamas.
A última vez que conversações semelhantes foram realizadas em Paris, no início de fevereiro, elas produziram um esboço para o primeiro cessar-fogo prolongado da guerra, aprovado por Israel e pelos Estados Unidos. O Hamas respondeu com uma contraproposta, que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou e considerou “delirante”.
Acredita-se que o Hamas ainda mantenha mais de 100 reféns capturados no ataque de 7 de outubro contra Israel, que precipitou a guerra, e diz que só os libertará como parte de uma trégua que termine com a retirada israelense de Gaza. Israel afirma que não se retirará até que o Hamas seja erradicado.
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Agência Brasil