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O Congresso Nacional Africano (ANC) deve perder a maioria parlamentar que detém há 30 anos, já que os resultados parciais das eleições indicam, nesta quinta-feira (30), que ele precisaria de um parceiro para permanecer no poder.

Se os resultados finais confirmarem a perda de maioria, o ANC será forçado a fazer um acordo com um ou mais partidos para governar – situação que pode levar à volatilidade política nas próximas semanas ou meses.

“Haverá controles e equilíbrios no poder do ANC, mas o risco final é que as brigas internas possam tornar a governança ineficaz”, disse Simon Harvey, chefe de análise de câmbio da Monex Europe.

Com os resultados de 20,4% das urnas, a parcela de votos do ANC na eleição dessa quarta-feira (29) é de 43,4%, com a Aliança Democrática (DA) com 24,8%, segundo dados da Comissão Eleitoral divulgados hoje.

O partido marxista Combatentes da Liberdade Econômica (EFF) ficou com 8,8%, enquanto o uMkhonto we Sizwe (MK), um novo partido liderado pelo ex-presidente Jacob Zuma, ficou com 8,1%, com apoio concentrado na província de KwaZulu-Natal, terra natal de Zuma.

Institutos de pesquisas e duas das três principais emissoras do país preveem que os resultados finais confirmarão que o ANC – que obteve 57,5% dos votos na eleição anterior, em 2019 – perderá sua maioria.

Enquanto os primeiros resultados se referem às áreas rurais, onde o ANC é relativamente forte, os resultados dos centros urbanos, onde ele é mais fraco, serão computados mais tarde.

“Não acho que seja provável que o ANC alcance a maioria”, disse o pesquisador Reza Omar, da Citizen Surveys.

O ANC tem vencido as eleições nacionais realizadas a cada cinco anos desde a histórica eleição de 1994, que marcou o fim do domínio da minoria branca e a ascensão de Nelson Mandela à Presidência.

Porém, o apoio ao ANC diminuiu devido à desilusão com questões como o alto índice de desemprego e criminalidade, frequentes apagões de energia e corrupção.

De acordo com a Constituição da África do Sul, a recém-eleita Assembleia Nacional escolherá o próximo presidente. Como o ANC ainda está a caminho de ser o maior partido, é provável que seu líder, Cyril Ramaphosa, seja o atual presidente.

Entretanto, um resultado ruim poderia torná-lo vulnerável a um desafio de liderança dentro das fileiras do partido, seja no futuro imediato ou em algum momento durante seu mandato.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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