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Duzentos e vinte imigrantes foram resgatados na tarde dessa sexta-feira (4) no Mar Mediterrâneo pela corveta Barroso da Marinha do Brasil
© Divulgação/Ministério da Defesa

As temperaturas no Mediterrâneo estão batendo recordes pelo segundo ano consecutivo, ameaçando a vida marinha, encorajando espécies invasoras e aumentando a intensidade potencial das chuvas numa região particularmente afetada pelos efeitos do aquecimento global.

Em 15 de agosto, a temperatura média diária na superfície do Mar Mediterrâneo atingiu valor sem precedentes de 28,9°C, batendo o recorde de 28,7°C registrado em 24 de julho de 2023, afirmou Justino Martinez, pesquisador do Instituto de Ciências Marinhas (ICM) de Barcelona e do instituto catalão Icatmar.

Essas leituras preliminares baseiam-se em dados de satélite do serviço marítimo do Observatório Europeu Copernicus, que remontam a 1982.

“A temperatura máxima de 15 de agosto foi atingida na costa egípcia, em El-Arish (31,9ºC)”, mas “esse valor deve ser visto com precaução”, antes de uma verificação humana mais aprofundada, disse Justino Martinez.

Durante dois verões consecutivos, o Mediterrâneo teria estado mais quente do que no verão abrasador sem precedentes de 2003, quando uma média diária de 28,2°C foi medida em 23 de agosto, recorde que se manteve durante 20 anos.

O novo recorde surge após um mês de julho de forte calor em grande parte da bacia mediterrânea, que foi também atingida por secas e incêndios, como os ocorridos na Grécia.

De acordo com Martinez, o recorde também foi batido para a temperatura média diária (28,5°C em 15 de agosto deste ano em comparação com 28,4°C em 24 de julho de 2023), mas essa medida é menos relevante do que a média porque é mais fortemente afetada por leituras muito atípicas em partes isoladas da região.

Atualmente, “o que é notável não é tanto atingir um máximo num determinado dia, mas observar um longo período de temperaturas tão elevadas”, explicou Justino Martinez na terça-feira, quando o recorde estabelecido em 2023 tinha sido igualado.

“Desde 2022, as temperaturas à superfície têm sido elevadas de forma anormal durante longo período, mesmo tendo em conta as alterações climáticas”, acrescentou.

No entanto, o recorde de 2023 foi batido este ano quase três semanas mais tarde, quando as temperaturas à superfície começam geralmente a descer a partir do final de agosto.

A região mediterrânea é classificada como ‘hotspot’ (ponto quente) das alterações climáticas pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) das Nações Unidas.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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