Categorias
Pesquisar
BANNER II GOV AGO/SET
FUNDASE D BBBBB

A humanidade tem contado histórias de diversas formas ao longo da sua existência. Uma delas é a ancestral técnica do “teatro de sombras”, que tem origem asiática. Tal tradição está sendo usada como ferramenta socioeducativa, a princípio, para os jovens do Centro de Atendimento Socioeducatico de Semiliberdade Masculino – Casemi Nazaré. A intenção é explorar narrativas sociais, culturais e políticas, proporcionando aos jovens uma forma única de expressão.

A iniciativa é da produtora cultural colaborativa Fábrica de Inventos, sediada na Vila de Ponta Negra, em Natal, com o projeto “Municine: Laboratório de Estudos em Sombras”, voltado para jovens em privação de liberdade ou em semiliberdade no Rio Grande do Norte. O financiamento se dá pelo edital estadual da Lei Paulo Gustavo.

Neste mês de outubro, as aulas começam no Centro de Atendimento Socioedcuativo – Case Pitimbu, localizado em Parnamirim, e no Centro de Atendimento Socioeducativo Feminino – Casef Padre João Maria, no conjunto Santa Catarina, Zona Norte de Natal.

“As Aventuras do Príncipe Achmed” (1926) e “Kirikou e a Feiticeira” (1998) são obras clássicas que se utilizam do teatro de sombras e servem de inspiração para as oficinas, realizadas semanalmente. Nelas, estão sendo introduzidos os fundamentos do cinema de animação aos adolescentes, com módulos que abrangem roteiro, direção de arte, fotografia e som.

“Eles aprendem a criar personagens, desenvolver histórias e utilizar a técnica de recortes e luzes para dar vida às suas narrativas. Durante a oficina, eles também avançaram na produção de suas próprias animações audiovisuais, utilizando a técnica de stop motion para contar histórias que conectam ancestralidade, diversidade e espiritualidade”, afirma o coordenador do projeto, Gil Leal.

“As oficinas têm sido espaços de aprendizado e transformação, oferecendo aos jovens uma oportunidade de expressar suas histórias pessoais e coletivas por meio da arte. O “Municine: Laboratório de Estudos em Sombras” não só promove o desenvolvimento artístico, mas também contribui para o processo socioeducativo desses adolescentes, alinhando-se ao eixo cultural do Plano de Ação de 2024, em busca da ressocialização e fortalecimento de vínculos sociais e familiares”, explica a psicóloga do Casemi Nazaré, Natália Campos.

Está no planejamento a exibição das obras finalizadas dos jovens em cada uma das unidades, bem como em um evento que reúna todas.

A unidade já possui outro projeto de cinema, o Cine Casemi, que surgiu para “proporcionar aos adolescentes um momento de lazer, bem como oportunidade de conhecer produções cinematográficas com temáticas relevantes para o processo socioeducativo”, segundo a assistente social da unidade, Mora Kissi.

“A ideia é levar a cultura do cinema para os adolescentes por meio da exibição de filmes que se aproximam da realidade dos socioeducandos no contexto social e familiar, e que eles possam refletir sobre assuntos importantes presentes no cotidiano, como preconceitos, estigmas, discriminação, desigualdade social, violências, direitos humanos, entre outros”, completou a servidora, ao explicar que os filmes são selecionados a partir de critérios educativos, mas também pelo caráter recreativo, outra importante função dessa arte.

Pesquisar
WhatsApp
Canal YouTube