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O artigo A remarkable assemblage of petroglyphs and dinosaur footprints in Northeast Brazil (Em tradução livre: Um notável conjunto de petróglifos e pegadas de dinossauros no Nordeste do Brasil), publicado na revista Scientific Reports no início deste ano, foi eleito pela revista Archaeology Magazine como uma das 10 descobertas mais importantes em 2024.

Um dos autores do estudo é a professora Aline Ghilardi, coordenadora do Laboratório de Diversidade, Icnologia e Osteohistologia (DINOLab) e docente do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

O artigo teve como objeto de estudo o Sítio do Serrote do Letreiro, localizado na periferia noroeste da Bacia de Sousa, no estado da Paraíba. Trata-se do primeiro sítio arqueológico do mundo em que foram encontradas pegadas de dinossauros fossilizadas, com mais de 90 milhões de anos, em associação direta com a arte rupestre de povos pré-coloniais. Esse fato indica que essas populações reconheceram esses registros fósseis, estabelecendo uma conexão simbólica entre a expressão gráfica humana e o registro fóssil. 

Imagem aérea de um afloramento do Sítio Arqueológico. Foto: Aline Ghilardi.

O afloramento já era conhecido desde a década de 1980, inicialmente reportado pelo paleontólogo e padre italiano Giuseppe Leonardi. No entanto, o mapeamento detalhado, a identificação e a interpretação da simbologia das grafias associadas às pegadas de dinossauros nunca haviam sido realizados até agora.

O sítio possui três áreas principais, onde foram encontradas pegadas de dinossauros junto com petroglifos. Os petroglifos estão concentrados principalmente nas áreas 1 e 3. Na área 1, além dos petroglifos já conhecidos, foram identificadas grafias adicionais. Estas estão localizadas juntamente com a maior concentração de pegadas de dinossauros, a maioria pertencente a dinossauros carnívoros. 

Já na área 3, um grande número de grafias nunca antes reportadas foi localizado, indicando uma quantidade muito maior de petroglifos do que anteriormente se pensava. Alguns dos petróglifos encontrados têm o mesmo formato das pegadas de dinossauros, o que pode sugerir que os povos do passado reconheceram essas estruturas e as adicionaram ao seu imaginário e repertório visual.

A autoria desses petroglifos deve ser atribuída a um grupo humano que ocupou um território correspondente aos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte durante o período pré-colonial, desde pelo menos 10 mil anos atrás. Esse grupo deixou um abundante número de petroglifos caracterizados por uma linguagem visual principalmente composta por formas geométricas.

Petróglifo e pegada do Serrote do Letreiro. Foto: Aline Ghilardi
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