O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), não poupou críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com ele, a Corte age de maneira política, inclusive em relação a temas do Poder Legislativo. A notícia é do repórter Diego Fortes, da Revista Oeste.
A fala de Motta ocorreu nesta terça-feira (29) durante evento em São Paulo, com empresários e políticos associados ao Esfera Brasil, grupo de fóruns e conversas.
“Do ponto de vista da segurança jurídica, a interferência, muitas vezes de forma reiterada, do Judiciário atrapalha”, afirmou Motta. “O Judiciário está se metendo em praticamente tudo, e isso não é bom para o país. Acaba que não tem uma regra, e você não sabe como vai estabelecer o seu investimento.”
O comentário do parlamentar é uma resposta direta ao Supremo. A crítica ocorre depois de ele ter recebido, na última quinta-feira, (24), um ofício encaminhado pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da 1ª Turma do STF.
O documento informava que a Câmara não poderia suspender a íntegra do processo contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que responde por participação na suposta tentativa de golpe de Estado. A atitude de Zanin deixou Motta irritado.
Além das críticas ao Judiciário, Motta defendeu um enxugamento da máquina pública. Ele cobrou o governo pela redução nas despesas e por mais eficiência na administração do Estado, bem como o controle de gastos.
“Não dá para ter uma máquina pública hoje do tamanho que era 30 ou 40 anos atrás”, disse o deputado. “Precisamos medir a qualidade do funcionário, porque com isso você passa a ter condições de um Estado mais producente.”
O presidente da Câmara dos Deputados ainda destacou a realização de uma reforma administrativa. Ele citou os esquemas de corrupção do INSS como exemplo de ineficiência estatal.