Em entrevista, chefe do Executivo estadual ressaltou avanços nas obras do Sistema Adutor do Seridó, visita à ETA de Jucurutu e entrega do Açude Público Riacho da Volta em Timbaúba dos Batistas
A governadora Fátima Bezerra dedicou parte da semana passada a uma intensa agenda no Seridó potiguar, acompanhada do ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. Em entrevista concedida aos jornalistas Sidney Silva e Suerda Medeiros, a chefe do Executivo estadual destacou as ações voltadas à segurança hídrica da região, dentro do que chamou de “Caminho das Águas”.
“Mais um passo sendo dado para tornar realidade o sonho do povo sertanejo, do povo do Seridó e do Rio Grande do Norte, que é a conclusão da transposição das águas do Rio São Francisco”, disse a governadora.
Na quinta-feira (6), Fátima visitou a Estação de Tratamento de Água (ETA) em Jucurutu e a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, de onde sairão as águas que passarão pela ETA e, em seguida, pelo Sistema Seridó até chegar à casa das pessoas. A gestora ressaltou a importância da integração entre as estruturas como a Barragem de Oiticica, Passagem das Traíras e o próprio Sistema Adutor do Seridó para garantir água em quantidade e qualidade à população da região.
“O Seridó hoje tem a sua emancipação hídrica. Isso significa garantir à população presente e às futuras gerações o acesso à água, não só para o consumo humano, mas também para os animais, para a produção, para a piscicultura, irrigação e até mesmo para o turismo”, reforçou.
Já na sexta-feira (7), a governadora esteve no município de Timbaúba dos Batistas, ao lado do prefeito Ivanildinho e do ministro Waldez Góes, para entregar o Açude Público Riacho da Volta, sonho antigo da população local. Na ocasião, também foi autorizada a perfuração de mais de 60 poços e entregue um sistema de dessalinização na comunidade Pintado.
Questão política e histórica da seca no Nordeste
Durante a entrevista, Fátima Bezerra também refletiu sobre o histórico da seca no Nordeste, classificando-a como um fenômeno que, além das questões climáticas, foi durante décadas utilizado como ferramenta de dominação política.
“Essa demora para tirar do papel a transposição do São Francisco foi resultado da falta de sensibilidade das elites políticas e econômicas da época. A seca foi usada como instrumento de dominação. As pessoas eram submetidas à humilhação das frentes de emergência”, afirmou.
A governadora fez questão de destacar o papel do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem atribui a coragem e a sensibilidade social para iniciar o projeto da transposição. “Foi um menino de Caetés, assim como eu, que sabia o que era carregar lata d’água na cabeça, ver pote vazio e terra rachada, que tirou o projeto do papel. E agora volta à Presidência para concluir essa obra.”
Fátima concluiu afirmando que vê a conclusão da transposição como uma “conquista concreta” e não mais como um sonho distante. “É um momento para celebrar. Estamos entregando uma obra de grandiosidade humana e importância para o mundo. Não é mais um sonho, é uma conquista do povo do Nordeste.”