O superintendente da Liga Norte-riograndense contra o Câncer, Ricardo Curioso, concedeu entrevista na Rádio Caicó nesta segunda-feira (19), sobre as declarações de Eduardo Albuquerque, da Sesap, a cerca do Hospital Oncológico do Seridó e disse que apenas estava sabendo dos fatos através da imprensa.
“Oficialmente, a gente não recebeu nenhuma comunicação da Secretaria de Saúde do Estado, mas, algumas coisas precisam ser lembradas. No papel, o que o Dr. Eduardo Albuquerque fala, é uma realidade. A gente hoje, está em Caicó, montando um hospital, que não nasce assim como um cogumelo, da noite pro dia. A Liga levou, 67 anos, para ser o que é hoje. Até para montar uma escala de plantão em Caicó, hoje, é difícil, pela carência de pessoal habilitado, formado, especializado. Lentamente, nós estamos montando um serviço de excelência aí em Caicó. Não é na velocidade que a gente quer, principalmente, por causa de um período de crise que estamos passando, onde o próprio estado, não está conseguindo nem pagar os seus contratos em dia, pense em se montar um hospital, um prestador filantrópico cheio de dificuldade. A gente pediu dinheiro emprestado esta semana para pagar o 13º salário porque os prestadores atrasaram também os pagamentos. Então, veja…é muito complexo. Mesmo com essas dificuldades, o lugar aonde o SUS tem menos problemas no Rio Grande do Norte, é na área de oncologia e pediatria por causa de duas ONGs, que é a do Hospital Varela Santiago e a a LIGA do Câncer, na área de oncologia“, declarou.
Ele destaca ainda que é difícil montar uma equipe de médicos de plantão e que as coisas irão acontecer no seu tempo. Lembrou também sobre o curso de medicina da UFRN que está formando médicos na região, inclusive, o curso funciona nas dependências do Hospital Oncológico em Caicó. “Eu quero saber, do colega (Eduardo Albuquerque), se o Estado coloca um hospital para funcionar assim como ele diz, com endoscopia, com plantonistas, se uma escala de médicos de plantão, por exemplo, para uma UTI, a gente não consegue fazer. O curso de medicina (de Caicó) começou a funcionar e brevemente nós vamos ter especialistas, vamos ter médicos suficientes. As coisas estão acontecendo, agora, não na velocidade que se pensa. Então, requer muita tranquilidade, muita calma nessa hora. Eu acho que as decisões precipitadas podem gerar grandes equívocos“.
Sobre as dificuldades para ter médicos oriundos da capital do estado atendendo no hospital da LIGA em Caicó, Dr. Ricardo Curioso, explicou sobre os custos. “Se eu, operar aqui em Natal, uma pessoa aí de Caicó, eu ganho o dobro do que o Sus paga porque o Estado e a Prefeitura complementam isso. Agora, se ele for operado em Caicó, só se recebe a metade. É muito complicado“, disse.
Dr. Ricardo Curioso afirmou ainda que “a intensão é de cada vez mais aumentar a complexidade deste hospital de Caicó e começar a funcionar como “hospital dia”, depois começar a internar, mas, isso não pode ser do dia para a noite. E tem que ter receita, que ele se auto-sustente, porque, a gente não recebe de qualquer órgão do governo dinheiro pra custeio. O nosso custeio todo, é em cima de serviço prestado. Nossa intensão é, permanecer no Seridó e transformar esse hospital numa potência, agora, para isso, também, precisa que as forças políticas não só do Seridó, mas, também do estado, queiram“.
Por fim, o superintendente da Liga, tranquilizou a todos dizendo que não há motivo para temor. “A despeito do colega (Eduardo Albuquerque) ter dado uma informação corretíssima, do ponto de vista de planejamento, na prática, as coisas não ocorrem como está no papel. Um burocrata do Ministério da Saúde em Brasília, não sabe o que acontece no Seridó“.
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