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Flor de Lis é acusado de ter mandado matar o marido

Seis dias após ser denunciada como a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, Flordelis deu sua primeira entrevista. Ela contou ao jornalista Roberto Cabrini como tem sido os dias após a conclusão do inquérito: “É o pior momento da minha vida”.

Aos 59 anos, a deputada federal Flordelis dos Santos Souza sabe que só não está presa porque possui foro privilegiado e luta para não ser cassada. “Não estou preparada para ser presa e não vou ser. Sou inocente e tenho certeza que minha inocência será provada nos próximos dias”, responde ela ao ser perguntada sobre o medo de ir para a cadeia.

Flordelis também negou que tenha adotado Anderson quando os dois se conheceram, ele com 14 anos. “Mentira. Isso tudo é mentira”, disse ela, inclusive negando que Anderson e a filha biológica Simone, que está presa por envolvimento no crime, tenham namorado.

Eu amo meu marido até hoje. Ele não controlava a minha vida. Ele não fazia isso. Eu não matei. Eu não fiz isso que estão me acusando. Não é real. Não é verdade. É uma injustiça”.

Sobre a noite e o dia seguinte ao crime, ela pouco se lembra, garante: “Me lembro de algumas coisas do dia do assassinato. Eu achava que teria sido roubo. Eu estava sedada. Eu com certeza na morte do meu marido eu devo ter chorado muito. Muita coisa fugiu da minha mente por causa da sedação. Eu não sabia da quantidade de tiros. Eu não sabia. Quando eu desci, meu filho falou que já tinham levado ele para o hospital. Eu estava muito distante, até eu chegar… aquela gritaria toda, aquele alvoroço todo, eu no terceiro andar… até eu chegar… A minha chegada foi no momento que eles já tinham socorrido o meu marido”.

Flordelis negou ainda que tenha mandado matar Anderson do Carmo, pois não poderia se separar, conforme uma das mensagens pegas em seu celular: “Isso não existe. Não existe ‘escandalizar o nome de Deus’. se eu tivesse que me separar, eu me separaria”. Eu jamais chamaria meu marido de traste. Essa mensagem não foi escrita por mim. Não sei. Eu quero que a Justiça descubra quem escreveu. Meu celular é tipo um celular comunitário em casa. Todo mundo te acesso ao meu celular. Eu preciso saber quem matou meu marido. Eu não sei. Se eu soubesse, eu falaria aqui agora. Quem matou meu marido está desgraçando com minha vida. Eu não estou escondendo nada”.

Durante a reportagem, Flordelis fez uma espécie de reconstituição da madrugada do crime, ocorrido em 16 de junho de 2019. “Eu estava aqui (aponta ela numa sala) e ouvi seis tiros. Eu só ouvi seis (a investigação diz que foram 30). A minha preocupação… Nem imaginava que fosse algo com alguém dentro da minha casa”.

Flordelis ainda negou que tenha dado dinheiro para a compra da arma utilizada no homicídio: “A polícia está falando tantas inverdades”.

Além do crime, a entrada e suposto sumiço de mais de R$ 6 milhões na conta do Ministério Flordelis, nome de suas igrejas, foi assunto da entrevista. “Esse dinheiro não entrou na conta da igreja. E eu também quero saber onde ele está. É uma pista importante para esse crime”, ela diz.

Sobre os filhos estarem presos, Flordelis reage com frieza: “Eu não tenho que estar presa. Eu não matei meu marido. nem mandei matar. Por que me prender? Todo mundo dentro de casa e fora de casa sabia do valor que meu marido tinha para mim”. afirma: “Só quero que o Ministério Público venha e me diga o por quê, o motivo para eu matar o meu marido. Eu reencontrarei meu marido no céu, com certeza”.

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