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Presidente estadual do PT, Júnior Souto, avalia aproximação entre Rafael Motta e Álvaro Dias - Foto: José Aldenir / Agora RN

A união entre o prefeito Álvaro Dias (Republicanos) e o novo secretário de Esporte e Lazer de Natal, Rafael Motta (PSB), não tem sido vista com estranhamento pela cúpula estadual do PT, que tem o PSB como um dos partidos parceiros da gestão a nível estadual e também em âmbito federal.

A afirmação é do presidente estadual do PT, Júnior Souto. O líder partidário avalia que, mesmo se Rafael chegar a ser o candidato a prefeito de Natal com o apoio de Álvaro Dias, essa situação não representará um rompimento entre o PT e PSB no RN.

“Considerando que existe uma aliança nacional, eu não vejo porque isso representar uma ruptura; vai representar uma divergência no plano local, que pode ter também suas consequências”, disse Júnior Souto ao AGORA RN.

Mesmo nomeado como secretário de Esporte e Lazer na gestão Álvaro Dias, Rafael segue transitando bem no governo petista. É tanto que, embora sem mandato, o presidente estadual do PSB ainda mantém indicações políticas junto a órgãos do Executivo, a exemplo do diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RN), Jonielson Pereira, e do diretor-presidente da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), Nino Ubarana. Ambos são indicações de Rafael.

No mês passado, o ex-deputado federal Rafael Motta anunciou uma aliança entre o PSB e o Republicanos do prefeito Álvaro Dias para as eleições de 2024 na capital. Rafael é um dos cotados para receber o apoio do prefeito para a sucessão municipal do ano que vem.

Na prática, isso pode significar que Rafael e PT, hoje parceiros em termos partidários, poderão ser adversários políticos no próximo pleito municipal. O líder do PT no Estado observa que, como integrante do PSB, Rafael faz parte de uma “centralidade do projeto político nacional”, a partir da união entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Além disso, Souto observa que recentemente o prefeito Álvaro Dias deu declarações favoráveis ao presidente da República, inclusive se autodeclarando parceiro do governo Lula, uma vez que faz parte de um partido da base de sustentação ao governo federal.

“Não há porque considerar essa aproximação entre Rafael e o prefeito Álvaro Dias como uma sinalização de ruptura. Na condição de presidente estadual, eu não vejo como extrair dessa aproximação consequências, implicações”, disse o presidente do PT estadual.

O líder partidário ainda analisa que essa aproximação entre Rafael e Álvaro é apenas o início de uma estratégia e de um relacionamento político que pode vir a ter vários desdobramentos. No entanto, mesmo num cenário com Rafael candidato a prefeito com apoio de Álvaro, o presidente estadual do PT ressalta que não há razão para romper as relações entre o Partido dos Trabalhadores e o PSB.

“A aproximação do prefeito com Rafael pode nos colocar eventualmente no campo de disputa, mas isso não seria motivo de uma análise sobre ruptura, sobre descolamento. Nós podemos disputar Natal sem nenhum problema quanto ao projeto nacional, que é o que nesse momento, mais especificamente Rafael, pelo histórico recente, nos aproximou, nos unifica, nos liga”.

Ainda na avaliação de Júnior Souto, a eleição de Natal dá sinais de que será decidida no segundo turno. Caso a previsão se confirme, ele espera estar no mesmo palanque que Rafael numa possível segunda etapa da campanha. “A eleição de Natal, a meu ver, dá sinais evidentes de que pode ir para o segundo turno. Nesse caso o projeto nacional poderá nos unificar, assim espero”, declara.

Questionado se há alguma intenção do governo estadual no sentido de retirar as indicações políticas de Rafael Motta, Souto afirma que essa é uma decisão administrativa que cabe apenas à governadora Fátima Bezerra (PT), que por enquanto não tem sinalizado insatisfação nesse aspecto.

“Não tive oportunidade de ouvir da governadora qualquer opinião a respeito dessa questão. Eu penso que em breve eu terei – até em função da efervescência que esse fato está causando – a oportunidade de conversar e ouvir as tendências, as inclinações que a governadora tem quanto a esse fato”, conclui.

AgoraRN

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