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Goleiro Bruno revela ter perdido todo o dinheiro e não vê jogos da Seleção

Foto: :WILTON JUNIOR/AGÊNCIA ESTADO/AE
Foto: :WILTON JUNIOR/AGÊNCIA ESTADO/AE

O goleiro Bruno Fernandes, preso há cinco anos e meio por envolvimento na morte da ex-namorada Eliza Samúdio, deu uma entrevista à Rádio Itatiaia e revelou detalhes de sua vida no presídio, suas expectativas de voltar a jogar e sua vida financeira, muito difícil atualmente.

“Quando se fala em Bruno, parece que o Bruno era um tio Patinhas, que o Bruno tinha uma fortuna. Eu perdi tudo, cara. Financeiramente hoje estou zerado. Quando eu fui preso, lógico que você fica abalado, você acredita em qualquer coisa que o advogado te fala, então pessoas aproveitaram muito dessa situação. Primeiro que eu estava em lugar de observação que era para ficar 15 dias e eu fiquei 10 meses. Eu só tinha acesso a um advogado, é muito estranho. Depois de 90 dias é que tive acesso à minha família”, revelou o jogador.

Aos 31 anos, o goleiro que teve passagens por Atlético-MG, Corinthians e Flamengo pretende  retomar a carreira assim que conseguir a liberdade, estimada por ele entre um e dois anos.

“Eu não vivia do crime, mas cometi um e estou pagando por ele. Eu vou voltar, não sei se daqui um ou dois anos, mas vou atrás do meu objetivo. Eu vou atrás, não vou acabar com a minha carreira, o meu sonho, atrás das grades. Desde criança eu fui em busca disso. Passei a minha infância e juventude toda atrás desse objetivo. Quando, nas visitas, eu olho para minha mãe, minha esposa e minhas filhas, o sorriso delas me fortalece”, explicou.

O jogador ainda não sabe o que lhe espera fora da prisão, mas sabe que haverá uma repercussão negativa com sua provável volta ao futebol. Mesmo assim, ele quer tentar a sorte do futebol de novo de qualquer maneira.

“A preparação será no dia a dia. Se eu te falar que estou preparado para enfrentar o mundo lá fora, uma situação que eu ainda não vivi, estaria mentindo. Posso falar para você que estou quero enfrentar seja lá o que for, eu sei que é pesado. Psicologicamente eu venho trabalhando, aqui existem profissionais da parte de psicologia. Fisicamente e espiritualmente também”, revelou.

Presídio especial

Bruno cumpre a pena hoje na Associação de Proteção e Assistência (Apac), um sistema prisional diferente, em que os presos têm assistência espiritual, médica, psicológica e jurídica prestada pela comunidade. E é daí que ele tira forças para recomeçar a vida.

“O sistema comum não recupera ninguém. Lá eles vão se tornar pessoas piores, porque lá só se fala de crime, maldade, vingança. Só se alimenta de ódio. Na Apac não, aqui não se pode nem falar de crime. Aqui eu voltei a sonhar alto. Sou novo, penso em um futuro melhor para mim e para a minha família”, opinou.

Nada de Seleção

Na Apac, Bruno pode assistir jogos de futebol pela televisão. No presídio que estava antes, isso não era permitido. No entanto, durante a Copa de 2014, foi dado aos presos um rádio para que acompanhassem as partidas. Porém, ele acompanha menos futebol do que no passado.

“Se for o meu Galo que estiver jogando, eu acompanho por exemplo. Finais também, mas não assisto mais a qualquer jogo, como era antes. Só não gosto de ver jogo da Seleção, porque eu olho hoje para a Seleção, para a Copa de 2014, cada gol que o Brasil tomava me doía porque eu sabia que tinha qualidade para estar ali. Não que os goleiros que estivessem lá fosse ruins, longe disso, eram muito bons. Também não consigo ver jogo do Milan, porque eu tinha um pré-contrato assinado já com eles, e indo para lá com certeza que estaria entre os três da Copa do Mundo”, afirmou.

Dr. DINNA Oliveira
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