“Vivia bebendo água de chão, aquela água que chegava lá tinha um sapo, tinha um rato, tinha esterco do gado, a urina da vaca, e a gente apanhava e bebia”. O relato de Josefa de Jesus retrata a situação de quem vivia em insegurança hídrica no semiárido brasileiro. No entanto, a vida da família dela e da comunidade quilombola de Sítio Alto, que fica em Simão Dias, em Sergipe, mudou com a chegada do Programa Cisternas.
Ela ressalta que o acesso à água de qualidade também impactou na saúde e na geração de renda dos habitantes do local
“A gente criou mais alegria, felicidade, teve mais renda, porque o tempo que a gente estava caminhando para pegar um pote de água, com uma légua, duas léguas, a gente estava fazendo outro serviço. Então, depois que a cisterna chegou, a gente melhorou a saúde das crianças, a saúde das famílias, a questão também higiênica”, relatou a guardiã de sementes crioulas.
A experiência da quilombola foi compartilhada durante o ato de anúncios do Governo Federal, em Sergipe, na sexta-feira (29.11). No evento, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, divulgou o edital de R$ 500 milhões em recursos destinados à contratação de 50 mil cisternas para os estados do semiárido brasileiro.
O Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, estará em Aracaju (SE) nesta sexta-feira (29/11) para anunciar, às 9h, na sede do Sindicato dos Bancários, o edital de chamamento público do Programa Cisternas. O evento contará também com a presença do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo.
O novo edital do programa prevê um investimento de R$ 500 milhões para a implementação de 46 mil cisternas para consumo humano no semiárido brasileiro. Além disso, serão implementadas 4 mil cisternas para produção de alimentos e a recuperação de 2,5 mil cisternas existentes.
Criado com o objetivo de ampliar o acesso à água em regiões de escassez hídrica, o Programa Cisternas adota tecnologias simples e de baixo custo para beneficiar comunidades do semiárido. Estabelecido como política pública desde 2003 e regulamentado pela Lei nº 12.873/2013 e pelo Decreto nº 9.606/2018, o programa já impactou positivamente a vida de milhões de pessoas, especialmente mulheres e crianças, ao longo de suas duas décadas de existência.
Com este novo aporte, o Programa Cisternas vai continuar a transformar a realidade de milhares de famílias, melhorando o acesso à água para consumo e para a produção de alimentos, e contribuindo para o desenvolvimento sustentável da região.