O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) obteve a condenação de sete pessoas na Operação Plata, deflagrada em fevereiro de 2023. O principal elo dos crimes, Geraldo dos Santos Filho, conhecido por Pastor Júnior, recebeu a maior condenação: 84 anos de reclusão pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Na denúncia que resultou nas sentenças, o MPRN indicou que o grupo formou-se para o fim específico de cometer os crimes através da aquisição e da transmissão de imóveis, da realização de depósitos não identificáveis e da distribuição de numerário em espécie. Os réus dissimulavam e ocultavam a origem e propriedade de bens e valores oriundos dos crimes praticados por dois irmãos, em benefício de familiares e pessoas próximas a eles. A suspeita é de que o grupo criminoso tenha lavado mais de R$ 23 milhões com a compra de imóveis, fazendas, rebanhos bovinos e até com o uso de igrejas.
A operação do MPRN foi desenvolvida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) com o apoio da Polícia Militar do RN e dos Ministérios Públicos de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Bahia, Ceará e Paraíba e, ainda, do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
As investigações que culminaram na ação foram iniciadas em 2019, com o objetivo de apurar o tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas, além do crime de lavagem de dinheiro. O esquema era liderado por Valdeci Alves dos Santos, também conhecido por Colorido. Valdeci é originário da região do Seridó potiguar e era apontado, até 2022, como a segunda liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas ruas, facção criminosa que surgiu nos presídios paulistas e que tem atuação em todo o Brasil e em países vizinhos.
Seguem presos, os seridoenses Gilvan Juvenal da Silva, Lucenildo Santos de Araújo (o Gari Consciente), Joaquim Neto dos Santos e Valdeci Alves dos Santos, que foram presos na Operação Plata, deflagrada do dia 14 de fevereiro de 2023, pelo MPRN, por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com o apoio da Polícia Militar do RN e dos Ministérios Públicos de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Bahia, Ceará e Paraíba e, ainda, do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
As investigações que culminaram na deflagração da operação Plata, foram iniciadas em 2019, com o objetivo de apurar o tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas, além do crime de lavagem de dinheiro, esquema que seria liderado por Valdeci Alves dos Santos, também conhecido por Colorido. Ele é natural de Jardim de Piranhas (RN), e é apontado como sendo o segundo maior chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O esquema de lavagem de dinheiro, de acordo com as investigações do MPRN, já perdura por mais de duas décadas. Valdeci foi condenado pela Justiça paulista e atualmente está preso na Penitenciária Federal de Brasília.
No Rio Grande do Norte, Valdeci tinha como braço-direito, o irmão, Geraldo dos Santos Filho, também já condenado pela Justiça por tráfico de drogas. Pastor Júnior, como é conhecido, foi preso em 2019, no Estado de São Paulo, fazendo uso de documento falso. Geraldo estava cumprindo a pena em regime semiaberto. Valdeci Alves dos Santos e Geraldo dos Santos Filho são investigados nesta operação ao lado de pelo menos mais outras 22 pessoas, entre eles Lucenildo Araújo, o Gari Consciente, que é sobrinho de ambos.
O advogado Sérgio Magalhães, que defende Lucenildo Santos Araújo, o “Gari Consciente”, concedeu entrevista ao Blog Sidney Silva. O seridoense é acusado pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte de crimes de lavagem de dinheiro para o tio, Valdeci Alves dos Santos, conhecido como “Colorido”, que seria, segundo o órgão ministerial, o número 2 da facção criminosa, Primeiro Comando da Capital – PCC.
Na entrevista, Sérgio Magalhães, disse que seu cliente, se quer, foi ouvido pelo Ministério Público, responsável pela Operação Plata, deflagrada em fevereiro deste ano. “Desde o dia da operação, que Lucenildo, está detido em Alcaçuz, e não foi ouvido. Isso é um absurdo!. Ninguém foi lá para ouvir o que ele tem pra dizer. Meu cliente é inocente. Ele é um gari, que acordava as 3 da manhã para trabalhar no carro do lixo, volta para casa às 11h e à tarde, ia pra Patos, onde fazia faculdade de psicologia“, declara.
Sobre a acusação de que ele teria lavado dinheiro para o tio, servindo de laranja para Valdeci Alves, o Colorido, ele diz que a acusação é descabida.
O Gari, tem em seu nome, um apartamento em Natal, avaliado em R$234.000,00 (duzentos e trinta e quatro mil reais). Esse imóvel, na verdade, pertence a Valdeci Alves, o Colorido. Perguntado sobre isso, o advogado afirmou que Lucenildo Santos atendeu ao pedido do tio e colocou o imóvel em seu nome. “Ora, ele tem gratidão pelo que o tio fez e faz pela família. Ele ajuda a todos e pediu para o Gari botar o apartamento no seu nome e, eu, não vejo problema nenhum nisso”, disse.