A última edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP 2023) reafirmou a qualidade e o talento dos estudantes potiguares, em especial os da rede estadual de ensino. Das 420 medalhas distribuídas entre as redes de ensino participantes, os alunos da rede estadual conquistaram 111, um número expressivo que destaca a competitividade das escolas públicas do Rio Grande do Norte. A cerimônia de premiação foi realizada na tarde da última sexta-feira (27), em Natal, no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (Cemure).
A rede estadual ficou em primeiro lugar no ranking geral de medalhas da rede pública, superando as redes municipal (95) e federal (85). A cidade de Natal liderou em número de premiados entre as escolas estaduais, com 23 medalhas. As escolas da iniciativa privada somaram 129 medalhas.
Entre as medalhas conquistadas pelos estudantes da rede estadual, 80 foram de bronze, 25 de prata e 6 de ouro, mostrando que os talentos matemáticos estão distribuídos em diferentes níveis de desempenho. A Escola Estadual Professor Abel Freire Coelho, de Mossoró, se destacou como a unidade estadual com o maior número de medalhas, somando um total de cinco, incluindo medalha de ouro.
A secretária de Educação do Rio Grande do Norte, professora Socorro Batista, destacou a importância da OBMEP para o desenvolvimento dos estudantes. ”A Olimpíada é uma oportunidade única para nossos jovens. Ela não só desafia seus conhecimentos, mas também abre portas para novas perspectivas acadêmicas e profissionais e mostra o caminho para o êxito escolar. A conquista de 111 medalhas é motivo de grande orgulho e é um indicativo do nosso compromisso com a melhoria contínua da educação pública”, frisa Socorro.
O infectologista Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda e a sanitarista Adele Benzaken serão condecorados pelo governo federal com a Ordem Nacional do Mérito Científico. Em novembro de 2021, os dois chegaram a ser agraciados com a honraria em decreto assinado pelo então presidente Jair Bolsonaro. No entanto, dois dias depois, ele editou um novo decreto cancelando a condecoração. Em protesto contra a medida, outros 21 cientistas agraciados assinaram uma carta renunciando coletivamente à honraria.
“Lula devolverá a medalha a esses dois cientistas. E todos aqueles que recusaram a condecoração no governo anterior também irão receber a medalha“, anunciou a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, em discurso hoje (2) no Rio de Janeiro, durante a 13º Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE).
A Ordem Nacional do Mérito Científico foi criada em 1993 para reconhecer contribuições científicas e técnicas de personalidades brasileiras e estrangeiras. A indicação dos agraciados é realizada por uma comissão formada por nove membros, designados de forma paritária pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), pela Academia Brasileira de Ciências e pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A lista de nomes deve ser elaborada levando em conta os serviços relevantes à ciência, tecnologia e inovação e o destaque dentre por suas qualidades intelectuais, acadêmicas e morais entre os pares.
Ao cancelar a condecoração de Marcus Lacerda e Adele Benzaken, Bolsonaro não apresentou nenhuma justificativa. Após o episódio, a renúncia coletiva de outros 21 agraciados não foi a única reação da comunidade científica. Mais de 270 pesquisadores condecorados em anos anteriores também publicaram uma carta. Eles acusaram o governo de censurar e perseguir cientistas e manifestaram preocupação com o uso da honraria com interesses políticos e ideológicos.