O bispo Rolando Álvarez, que foi preso após fazer críticas ao governo de Daniel Ortega, na Nicarágua, foi solto na segunda-feira (3), de acordo com a imprensa local.
Álvarez foi preso em agosto de 2022 e condenado a mais de 26 anos de prisão, em fevereiro deste ano, por acusações que incluíam traição, atentar contra a integridade nacional e espalhar notícias falsas.
De acordo com o jornal “Confidencial”, Álvarez foi solto por ordem de Ortega e está sob proteção do Conselho Episcopal. A reportagem cita que existe uma negociação entre o governo e o Vaticano para que o bispo seja exilado.
Crítico de Ortega, Álvarez foi perseguido pelo governo da Nicarágua após denunciar violações de direitos humanos. Ele se recusou a ser exilado para os Estados Unidos e acabou sendo preso.
O jornalista nicaraguense Víctor Ticay, colaborador do Canal 10 da televisão local, foi preso na quinta-feira após cobrir uma procissão religiosa no município de Nadaime, na região sul do país. A denúncia foi feita pela organização Alertas Libertad de Prensa Nicaragua.
De acordo com a entidade, o jornalista transmitiu em 5 de abril em sua página do Facebook “uma atividade religiosa que a Polícia queria proibir” na cidade. Após a prisão, o vídeo foi excluído da página.
“Exigimos a libertação imediata do jornalista e o respeito aos seus direitos fundamentais. Jornalismo não é crime”, diz a entidade. Um diretor do Canal 10 confirmou a prisão à agência EFE.
O regime de Daniel Ortega tem perseguido católicos pelo país nas procissões da Semana Santa. As celebrações são permitidas apenas no interior das igrejas. Na Nicarágua, cerca de 60% da população expressa a fé católica.
A ditadura de Daniel Ortega proibiu a Igreja Católica da Nicarágua de celebrar as procissões de rua durante a Quaresma e a Semana Santa.
No início da semana, o ditador classificou a Igreja como “uma máfia organizada” e a acusou de ser antidemocrática por não permitir que os católicos elejam o papa, cardeais, bispos e padres por voto direto.
As relações entre o regime de Ortega e vem se deteriorando nos últimos meses.
Em 12 de fevereiro, o papa Francisco lamentou a sentença de prisão de um bispo crítico da ditadura nicaraguense, Rolando Álvarez, e encorajou os líderes no país a “procurarem sinceramente” a paz.