Flash, Homem-Aranha e Hulk. Certamente você já ouviu falar desses super-heróis. Todos eles têm, em comum, a alteração genética. Através dela, adquiriram seus superpoderes. Hoje eu vou apresentar para você um novo super-herói. Pode parecer confuso, mas o super-herói a que eu estou me referindo é o mosquito da Dengue. Como assim? É isso mesmo. O Aedes do Bem são mosquitos geneticamente modificados produzidos pela empresa Oxitec. Desenvolvidos em laboratório, o Aedes do Bem é um mosquito macho que, ao copular com a fêmea selvagem do mosquito transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya, transmite um gene para seus descendentes que faz com que eles morram antes de atingir a fase adulta.
A coordenadora de suporte científico da empresa Oxitec, Cecília Kosmann, disse que a tecnologia serve para dar “combate ao Aedes aegypti selvagem, que é o transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya. E nessa tecnologia são machos que são liberados. Somente machos são liberados, porque o macho não pica, então ele não transmite nenhum tipo de doença. É totalmente seguro você liberar o macho. Esse macho, ele é geneticamente modificado e, ao cruzar com as fêmeas selvagens, que é o vetor de todas essas doenças, ele vai passar o material genético para os seus filhos, para as larvas, e essas larvas vão morrer antes de chegar à fase adulta. Então nós usamos o mosquito para combater o próprio mosquito”.
O projeto Aedes do Bem já foi utilizado em cinco diferentes projetos, três no Brasil, um no Panamá e um nas Ilhas Cayman. Em Piracicaba, no interior de São Paulo, os resultados preliminares mostraram uma redução de 82% das larvas selvagens nas áreas tratadas com o mosquito modificado geneticamente, em comparação com a área não tratada. Segundo Cecília, a população das cidades onde o projeto é realizado costuma aprovar a ação. “A gente inclusive fez uma pesquisa de opinião em Piracicaba, onde a gente tem um projeto já há mais tempo e, na última pesquisa que foi feita em novembro do ano passado, dos entrevistados, quase 98%, 97 vírgula alguma coisa das pessoas conhecem a marca Aedes do Bem e 93% apoiam o uso do Aedes do Bem”.