Na manhã desta quinta-feira (21), a categoria da saúde realizou uma assembleia para discutir os rumos da greve que completou 38 dias. Com a notícia de que os salários de novembro seriam iniciados nesta quinta, para quem recebe até R$ 2 mil reais e que o governador Robinson só iria pagar o 13º no dia 10 de janeiro, os servidores da saúde do RN decidiram continuar a greve.
Em um comunicado nas redes sociais, o governador Robinson Faria (PSD), pede aos servidores que retornem ao trabalho, “que sigam com suas atividades, prestando seu tão importante serviço à população”. No entanto, muitos servidores estão se quer com dinheiro do ônibus, é o caso da técnica de enfermagem, Maria do Carmo, servidora do hospital Santa Catarina, que desabafou durante a assembleia.
“Na minha casa além de conta atrasada falta comida. Se o governador quer que eu vá trabalhar, coloque o salário em dia. Isso é tirar a responsabilidade do governo dos hospitais estarem funcionando. O que adianta eu sair de casa com minhas moedas contadas e deixar de comprar o pão do meu filho? Não vou fazer isso“, disse a servidora.
A situação está tão desesperadora que servidores da saúde realizaram um ato nesta quarta-feira (20), em frente ao hospital Walfredo Gurgel, maior unidade hospitalar do estado e foram às ruas chamar a atenção da população para o descaso do governo. Usando faixas e cartazes, eles denunciaram a situação e também aproveitavam o sinal fechado para vender balas e pedir doações aos motoristas.
“É inadmissível que o governador vá para a mídia e peça que os trabalhadores voltem a trabalhar sem terem as mínimas condições. A maioria dos servidores não dispõe de outra fonte de renda a não ser essa. Muitos servidores estão endividados, sem dinheiro para alimentar sua família. Mesmo trabalhando em péssimas condições, os servidores dedicam boa parte de suas vidas ao atendimento à população e é dessa forma que o governo trata. Salário é um direito básico. Os servidores só querem trabalhar e receber o salário em dia”, declarou Rosália Fernandes, diretora do Sindsaúde-RN.