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Processo de identificação foi feito pela Polícia

Após 21 anos do crime, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) em trabalho conjunto com as Polícias Civis de Goiás e do Rio de Janeiro conseguiu localizar o homem que matou uma publicitária em Natal. O pedreiro Gilson Pegado da Silva foi preso pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, Estado onde estava residindo, na tarde desta quarta-feira (10). Ele usava documentos falsos e só foi identificado após um reconhecimento facial feito pela Polícia Civil de Goiás, por meio de avançadas técnicas de identificação humana por comparação de imagens, realizado pela Seção de Inovação em Identificação Humana (SIIH), que é referência no Brasil na matéria.

No dia 23 de setembro de 1997, Gilson Pegado invadiu uma residência no bairro de Ponta Negra, zona Sul de Natal, para praticar um roubo. A dona da casa, a publicitária Sílvia Mannu, à época com 34 anos, reagiu e acabou assassinada com 23 facadas na frente da filha, que tinha apenas 3 anos. O crime chocou a sociedade potiguar pela brutalidade com que foi cometido.

Depois do crime, Gilson Pegado foi preso, mas passou a responder em liberdade. Ele fugiu e até então não havia sido localizado, o que prejudicou a continuidade da ação penal. Gilson nunca foi julgado pelo crime que cometeu, pois a legislação determina a suspensão do andamento do processo nesses caso, e só agora será possível a retomada da ação penal.

Localização e identificação

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do MPRN, passou a diligenciar o paradeiro de Gilson Pegado da Silva, atendendo a pedido da 75.ª Promotoria de Justiça de Natal. Ele foi localizado e preso na cidade do Rio de Janeiro. Ao ser abordado por agentes da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), da Polícia Civil do Rio, o criminoso apresentou documentação falsa em nome de André Lima de Macedo.

A Polícia Civil de Goiás foi acionada para cooperar na identificação. Através da aplicação de técnicas de projeção de idade, reconhecimento facial de imagens e exame prosopográfico, foi possível concluir que se tratava de Gilson Pegado. A Seção de Prosopografia e Identificação Humana (SPIH) da Polícia Civil de Goiás é responsável pela realização de exames que levam à identificação de suspeitos a partir da comparação metodológica e objetiva de elementos constitutivos da face apresentados em imagens (fotos e vídeos), buscando estabelecer semelhanças e concluindo tratar-se da mesma pessoa ou não.

Essa técnica reduz o universo de suspeitos e, em muitos casos, é o passo inicial para a elucidação de crimes. O trabalho foi imprescindível para o reconhecimento facial do foragido, considerando que já havia decorrido mais de 20 anos da data do crime”, falou a promotora de Justiça Liv Queiroz, do Gaeco.

Após ser identificado, Gilson Pegado acabou confessando não só a sua real identificação, mas também confirmou a autoria do crime. Ele deverá ser transferido para uma unidade prisional no Rio Grande do Norte, onde vai aguardar julgamento após passar 21 anos foragido.

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