O presidente Jair Bolsonaro deu posse nesta segunda-feira (8) ao advogado da União, Claudio de Castro Panoeiro, para exercer o cargo de secretário Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública. “O nosso governo, ao qual a vossa senhoria integra nesse momento, se sente muito honrado pelo seu passado, pela sua experiência e por aquilo que o senhor pode contribuir para com o nosso Brasil”, disse Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto.
Panoeiro é cego e disse que espera estar à altura da missão que lhe está sendo confiada. “O sucesso de qualquer pessoa, deficiente ou não, depende, fundamentalmente, de dois elementos. O primeiro que ela tenha vontade de chegar a algum lugar e segundo que tenha oportunidade de alcançar seus objetivos”, disse.
Durante seu discurso, o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, destacou as competências de Panoeiro durante a coordenação do grupo de combate à corrupção de Advocacia-Geral da União (AGU) no Rio de Janeiro e, depois, durante o tempo que passou trabalhando na sede da AGU em Brasília.
“Sua memória e inteligência chamaram atenção de todos na instituição. O convidei para ficar um período em Brasília e a admiração aumentou, por sua capacidade de vencer os obstáculos e as dificuldades”, disse Mendonça, sobre o período em que era advogado-geral da União.
Panoeiro é doutor em direito pela Universidade de Salamanca, na Espanha e foi a primeira pessoa cega a fazer uma sustentação oral em um tribunal superior, em 2010 no Superior Tribunal de Justiça. “O Ministério da Justiça e Segurança Pública abre as portas para um secretário que faz história pela superação, pela capacidade. Você assume esse cargo pela capacidade”, disse Mendonça a Panoeiro.
A primeira-dama Michelle Bolsonaro, que é ativista pelos direitos de pessoas com deficiência, disse que essa é a prova da necessidade de oferecer a todos os cidadãos as ferramentas certas para que possam desenvolver suas habilidades sem barreiras. “É isso que nos mostra a história profissional do doutor Claudio. De posse de tecnologias assistivas ele usufruiu das mesmas oportunidades oferecidas a seus pares e alcançou vitórias inimagináveis”, disse durante a cerimônia.
Para Michelle, para indicar uma pessoa com deficiência a um cargo, é preciso “superar preconceitos que já estão arraigados em nossa sociedade”. “Infelizmente a deficiência ainda é considerada sinônimo de limitação”, lamentou.
Agência Brasil