O Ministério da Saúde confirmou que o intervalo entre as doses da vacina da Pfizer vai diminuir de 3 meses para 21 dias como estabelece a própria bula.
No Brasil, a pasta sempre estendeu o tempo com a justificativa de que ajudaria a vacinar mais pessoas com uma dose em um intervalo de tempo menor contrariando, assim, a bula do imunizante.
Ao revisar a recomendação para 21 dias, além de seguir o fabricante, há uma estratégia de conter a cepa Delta. Seguindo o prazo de 3 meses, uma única dose garante apenas 10% de proteção, segundo estudo do Instituto Pasteur, da França. A taxa chega em 95% no esquema da bula.
Um novo estudo da Universidade de Oxford realizado com 503 profissionais de saúde mostra que o intervalo ideal entre as duas doses da vacina da Pfizer é de oito semanas. A pesquisa analisou a resposta imunológica à vacina Pfizer variando de um intervalo de dosagem de três a 10 semanas. No entanto, há indicadores de que oito semanas é provavelmente o melhor tempo entre as aplicações.
Para justificar a prazo longo, adotado até então, o Ministério da Saúde se baseou em alguns estudos. Um deles, do Reino Unido, apontou que com a aplicação em 3 meses dava 80% de efetividade da vacina na redução do risco de hospitalização com apenas uma dose em idosos de 70 anos ou mais.
Outro, publicado na “The Lancet”, apontou que a vacina reduziu em 75% a transmissão do coronavírus e de 85% dos casos sintomáticos de covid menos de um mês após a aplicação da primeira dose. Os autores destacaram que os resultados davam suporte à possibilidade de adiar a segunda dose em cenário de escassez de vacinas.
Um terceiro estudo apontou, ainda, que a transmissão da Covid-19 cai pela metade com apenas uma dose das vacinas da Pfizer ou da AstraZeneca/Oxford.