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Em 2022, foram 10.628 casos prováveis de dengue em pacientes entre 20 e 34 anos; neste ano, já são 2.018 registros. Foto: Reprodução

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Em 2022, foram 10.628 casos prováveis de dengue em pacientes entre 20 e 34 anos; neste ano, já são 2.018 registros. Foto: Reprodução

O RN notificou 9.552 casos de dengue neste ano, sendo 1.892 confirmados, conforme os dados divulgados pelo Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), referentes até o dia 2 de setembro. Até o momento, foi registrado um óbito.

A análise da Sesap mostra que os jovens entre 20 e 34 anos são os mais afetados pelo vírus da dengue no estado. Em 2022, foram 10.628 casos prováveis de dengue em pacientes desta faixa etária. Neste ano, já são 2.018.

Para o professor da UFRN e infectologista Kleber Luz, essa faixa etária é a que está mais suscetível, mas isso não significa que os casos sejam mais graves nesse grupo. “Agora estamos tendo um grande surto no Brasil, mais de 1 milhão e meio de casos de dengue em 2023. Então mais pessoas vão adoecer”, pontuou ele, ao AGORA RN.

Já a responsável técnica pelo Programa Estadual de Controle da Dengue da Sesap, Sílvia Dinara, afirma que esse ano há uma diminuição dos casos de arboviroses. “Mas é importante manter todos os cuidados e evitar que o mosquito se prolifere, principalmente por estarmos nos aproximando do período de sazonalidade das arboviroses, que é entre os meses de novembro e maio”.

Mulheres são as mais afetadas pela dengue no RN

O Boletim Epidemiológico da Sesap também aponta que as mulheres são as mais afetadas entre os casos prováveis de dengue. Em 2022, foram 21.800 casos prováveis de dengue em pacientes do sexo feminino, contra 16.827 em pacientes do sexo masculino. Já em 2023, já são 3.355 casos em mulheres e 2.908 em homens.

Segundo Kleber Luz, dengue não tem preferência por sexo. “No Brasil, os idosos e crianças costumam ter casos mais graves. As mulheres, quando adoecem, costumam procurar com mais frequência o serviço de saúde. Então há uma tendência em encontrar mais mulheres doentes, mas não há preferência por sexo por parte do vírus”, explicou.

Ponto de vista compartilhado pelo médico infectologista André Prudente. “As pessoas dessa faixa etária [20 e 34 anos] estão mais expostas por serem mais ativas. Mas dengue não tem predileção por faixa etária nem por sexo. Inclusive, a população feminina é maior que a masculina no País”, frisou ele.

Em 2019, uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontou que as mulheres foram as mais atingidas pelo vírus da dengue, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) de 2010 a 2016. Durante o período analisado, Minas Gerais registrou cerca de cem casos a mais em mulheres do que em homens.

Na época, a médica Farley Liliana Romero Vega – que apresentou o estudo como tese de doutorado no programa de pós-graduação em Ciências da Saúde de Infectologia Tropical – afirmou que as mulheres estão mais suscetíveis ao vírus pois permanecem mais tempo dentro de casa, e o mosquito Aedes aegypti tem característica domiciliar.

Arboviroses no RN

As arboviroses são doenças reemergentes, transmitidas por vetores como Aedes aegypti, que dada à sua capacidade, podem transmitir uma série de agentes infecciosos virais. Existem muitas doenças transmitidas por vetores no Brasil e no Rio Grande do Norte, dentre estas se destacam a Dengue, Chikungunya e Zika. Os sintomas iniciais das arboviroses podem ser semelhantes, como manchas na pele, febre, dor nos músculos, articulações e dores de cabeça.

A principal forma de evitar as arboviroses é eliminar os criadouros do mosquito, ou seja, evitar acúmulo de água parada em vasilhas, vasos de plantas e pneus velhos; instalar telas em janelas e portas; usar roupas compridas (calças e blusas) ou aplicar repelente nas áreas do corpo expostas e dar preferência a locais com telas de proteção e mosquiteiros.

AgoraRN

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