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Logo do FMI em sua sede em Washington
© Reuters/Yuri Gripas/Direitos Reservados

Os países do Fundo Monetário Internacional (FMI) não conseguiram chegar a um acordo neste sábado (14) sobre um plano apoiado pelos Estados Unidos para aumentar o volume de recursos do FMI sem dar mais espaço na instituição à China e outros grandes mercados emergentes, incluindo o Brasil. No entanto, as nações prometeram um “aumento significativo” do dinheiro para empréstimos até o fim do ano.

Em uma entrevista coletiva após uma reunião do Comitê Financeiro e Monetário Internacional do FMI (IFMC), no Marrocos, a diretora Nadia Calvino disse que o aumento prometido nos fundos das cotas da instituição garantirá “um FMI com recursos adequados que possa garantir a estabilidade financeira”, mas recusou-se a descrever os termos do entendimento.

Calvino, que é ministra da Economia da Espanha, disse que o IFMC não conseguiu chegar a um consenso sobre um comunicado conjunto em meio a divergências sobre a linguagem usada no tratamento de conflitos, apesar de muitos países-membros condenarem a invasão da Ucrânia pela Rússia e o assassinato de civis em Israel e na Faixa de Gaza.

Um funcionário de um país do G7 – grupo das nações mais industrializadas do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Único -, com conhecimento direto das negociações, disse que não havia consenso sobre o aumento da cota, nem clareza sobre se o prazo para acertar a questão até o fim do ano seria muito apertado. O FMI havia definido que concluiria a sua mais recente revisão de cotas até 15 de dezembro próximo.

O plano do Tesouro dos Estados Unidos para que os países contribuam com novos valores de cotas proporcionalmente às suas atuais participações, inalteradas desde 2010, ganhou o apoio dos países do G7, da Índia e de vários outros mercados emergentes.

Mas a China continuou a resistir. O governador do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, disse – em comunicado ao IMFC – que a China deseja tanto um aumento de cota quanto um realinhamento de ações “para refletir o peso relativo dos membros na economia global e fortalecer a voz e a representação dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento”.

Forjar um acordo para aumentar o poder de fogo de um bilhão de dólares do FMI para permitir responder a outra crise econômica de grande escala foi uma das principais tarefas da diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, nas reuniões anuais do FMI-Banco Mundial esta semana, no Marrocos.

Mas a semana foi ofuscada pelo crescente conflito entre Israel e Gaza, e Georgieva encerrou o evento com um alerta sobre o aumento da incerteza econômica global.

“Posso dizer que o choque que as pessoas sentiram apareceu nas nossas reuniões”, disse Georgieva, observando que o foco das atenções foi mudando dos ataques a “civis inocentes” em Israel para “a necessidade de encontrar maneiras de evitar a perda de vidas civis em Gaza”.

“O que vemos, é claro, é um reconhecimento de que essa é mais uma fonte de incerteza”, disse ela, acrescentando que muito dependerá de seu escopo e duração [do conflito].

Agência Brasil

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