O Tribunal do Júri da Comarca de João Câmara iniciou, por volta das 09h30 desta quinta-feira (09/11), o julgamento de José Pereira Sobrinho, dono de uma padaria naquele município acusado pelo Ministério Público do crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e mediante recurso que lhe dificultou a defesa da vítima, Francisco Rogério Dantas, funcionário do estabelecimento comercial. Sob a presidência do juiz Rainel Batista Pereira Filho, a sessão teve início com o sorteio dos sete jurados que compõem o conselho de sentença, formado por quatro homens e três mulheres da comunidade.
O fato ocorreu em 27 de junho de 2022.
A fase de instrução do processo começou com a oitiva da ex-companheira da vítima, ouvida como declarante. Ela prestou informações sobre a vida familiar, profissional e sobre a personalidade do ex-companheiro e como soube do fato.
Em seguida, foi ouvido, como testemunha, o colega de trabalho da vítima, que trabalhava como auxiliar de padeiro na padaria do réu. Ele respondeu aos questionamentos tanto da acusação, quanto da defesa sobre a dinâmica dos acontecimentos no dia e horário em que se deu o fato. Respondeu questões também sobre o trabalho, convivência com réu e vítima e personalidade da vítima e acusado.
Outros depoimento
Na sequência, foi ouvido como declarante o irmão da vítima. Falou como sobre o fato, seu relacionamento com o irmão, personalidade dele, questões relacionadas ao trabalho da vítima e sobre o sentimento da família, já que recebeu a notícia com espanto e até hoje sentem a perda do ente.
Depois, foi ouvida, também como declarante, a esposa do réu. Ela contou que vive com ele há 25 anos e contou como era a convivência entre o acusado com os funcionários, especialmente em relação ao ex-empregado que foi assassinado. Falou de questões trabalhistas, pagamentos, sobre como eram os serviços prestados pela vítima e como se deu o fato, na sua visão.
Em seguida, a cunhada do réu foi ouvida como declarante. Contou como soube do fato, por meio do ajudante de padeiro. Disse que conversou com a equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e verificou se funcionário agredido estava vivo e que o réu pediu para buscarem ajuda para a vítima, pois achava que o tinha machucado. Falou que o cunhado ficou mal, sem acreditar no que tinha acontecido e que hoje tem problemas de depressão e hipertensão.
Por fim, o cunhado do réu foi ouvido como declarante e contou que foi até o Samu em seu bairro buscar socorro a pedido do acusado, que se mostrava bastante nervoso com a situação. Disse acreditar que o cunhado não quis praticar o homicídio contra o funcionário, tanto que pediu para que o socorressem.
A sessão de julgamento tem continuidade no turno vespertino com o interrogatório do réu e, em seguida, com os debates orais entre acusação e defesa. Ao final, o conselho de sentença se reunirá na sala secreta para chegarem a um veredito sobre condenação ou absolvição do acusado.