O primeiro-ministro interino da Espanha, Pedro Sánchez, parece estar prestes a conquistar mais um mandato, depois que seu Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe) garantiu nesta quinta-feira (9) o apoio do partido separatista catalão Junts para formar um governo.
Uma lei que concede anistia aos que foram processados pela tentativa de separação da Catalunha em relação à Espanha foi incluída no acordo, segundo declaração conjunta do PSOE e do Junts vista pela Reuters.
Santos Cerdán, autoridade socialista que liderou as negociações, disse, em entrevista em Bruxelas, que, embora seu partido ainda tenha “discordâncias profundas” com o Junts, ele as havia deixado de lado no interesse de formar um “governo estável”. O acordo inclui o apoio a um mandato completo de quatro anos.
Entre os beneficiários da anistia está Carles Puigdemont, o líder do Junts. Ele vive atualmente no exílio em Waterloo, na Bélgica, por causa das acusações de desobediência e desvio de dinheiro que enfrenta como líder da Catalunha durante o movimento separatista que chegou ao auge em votação e declaração unilateral de independência em 2017.
Se a anistia for aprovada pelo Parlamento, Puigdemont poderá retornar à Espanha e concorrer a um cargo público.
Sánchez está tentando formar um governo depois que a eleição de julho não teve vencedor absoluto.
Ele chegou a acordo para governar em coalizão com a aliança de extrema-esquerda Sumar no mês passado, mas precisa de outros partidos menores – que o apoiaram no passado – para uma votação que pode ocorrer na próxima semana.
No momento, mesmo com o apoio do Junts, os socialistas ainda não teriam a maioria absoluta de 176 assentos para vencer a votação do primeiro turno no Parlamento de 350 assentos, ou para garantir a maioria simples em segunda votação.
Eles ainda precisam de cinco parlamentares do Partido Nacionalista Basco (PNV), que ofereceu apoio antecipado, mas disse que esperaria para ver os detalhes de um acordo entre socialistas e Junts antes da confirmação.
A votação deve ser concluída até 27 de novembro ou novas eleições serão automaticamente realizadas.
Uma anistia pode eximir de culpa até 1.400 ativistas e políticos envolvidos na tentativa de separar a Catalunha da Espanha.
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Agência Brasil