O brasileiro-palestino Hasan Rabee, que ficou conhecido por mostrar em vídeos o conflito na Faixa de Gaza, solicitou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública escolta policial para ele, a esposa e as duas filhas de três e anos.
“Se eu tivesse ficado em Gaza com minha família, era melhor que tudo isso”, disse Hasan à CNN nesta sexta-feira 17. Diante da situação, ele afirma que pensa em mudar para outro país.
Junto ao pedido de escolta, a defesa de Hasan anexou as ameaças registradas em mensagens nas redes sociais. São mais de 200.
Em grande parte, Hasan é intimidado e chamado de terrorista. Há muitas menções também ao fato de Hasan ter aparecido ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Considerando a urgência da situação o e que justifica a análise imediata dos requerimentos à seguir: 1. Disponibilidade de escolta para família RABEE até que vejam identificados os autores das ofensas e devidamente processados; 2. Na última semana de novembro de 2023 que seja marcada reunião entre a advogada de HASAN e equipe da Polícia Federal”, diz o documento encaminhado ao ministro Flávio Dino.
Direitos Humanos
Além desse pedido ao Ministério da Justiça, a defesa de Hasan já havia solicitado que a família do repatriado fosse inserida no programa de Proteção de Defensores de Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos.
“Os discursos de ódio são reiterados. Nós pedimos a proteção de defensores de direitos humanos porque, durante o conflito, por meio dos vídeos, ele encampou essa luta não apenas por ele, mas por outras pessoas”, afirma Talita Camargo Fonseca.
A advogada afirmou que também prepara uma petição ao Ministério da Justiça e Segurança Pública para escolta de Hasan e família.
“Vamos também ao Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre essa situação e pedir escolta se necessário. Hoje, são haters; amanhã, não sei o que pode acontecer”, pontuou.
A advogada também já compilou todas as ameaças recebidas por Hasan nas redes sociais e fará boletim de ocorrência.
“Há crimes de perseguição, xenofobia, injúria racial, injúria e ameaça. Tudo isso em um volume considerável. Se antes ele tinha violência psicológica e física na guerra, essa violência segue, porque tem a mãe e irmãs em Gaza e vem recebendo ameaças aqui”, disse Talita.
Em nota, a Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou:
“As denúncias estão sendo apuradas e serão encaminhadas para a investigação da Polícia Federal (PF)”.
AgoraRN