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Marilene da Silva Ramos foi condenada em Júri Popular
Marilene da Silva Ramos foi condenada em Júri Popular

Aconteceu no último dia 23 de novembro, em João Pessoa (PB) o julgamento popular de Marilene da Silva Ramos, que matou a facadas, a caicoense Gillimara Santos da Costa, e tentou contra a vida de Eliene Santos da Silva Diniz e Davi Lucas Santos da Silva, mãe e sobrinho da vítima. A ré foi condenada a pena de 67 anos, 02 meses e 20 dias de reclusão, que deverão ser cumpridos em regime inicialmente fechado, no Presídio Júlia Maranhão na capital paraibana.

Após votação na sala secreta, os jurados decidiram por maioria de votos, afastando a tese defensiva, reconhecer a prática de feminicídio qualificado e as tentativas de homicídio qualificado.

Com relação a morte de Gillimara Santos da Costa, na sentença, o magistrado que presidiu a sessão de julgamento destacou que a ré já é condenada por crime de homicídio no Rio Grande do Norte e que os motivos do caso em questão foram mesquinhos decorrentes de insatisfação com o comportamento da vítima, que desejava viajar na companhia de sua mãe e sobrinho. “Às circunstâncias do fato demonstraram que Marilene agiu com extrema frieza e sanha mortífera. A vítima, de acordo com os autos, em nada aparenta ter contribuído para o delito”. Nesse contexto, o magistrado aplicou a pena definitiva de 38 anos e 04 meses de reclusão.

Com relação a tentativa de morte contra Eliane Santos da Silva Diniz, a pena definitiva foi de 13 anos e 04 meses de reclusão.

Com relação a Davi Lucas Santos da Silva, a pena definitiva imposta foi de 15 anos, 06 meses e 20 dias de reclusão.

O juiz ainda destacou na sentença que “os medicamentos benzodiazepínicos e veneno foram colocados na noite anterior ao crime de feminicídio e, para cada copo/taça houve a colocação das substâncias mencionadas. Já o feminicídio, se deu no dia seguinte. Portanto, foram três ações distintas realizadas. Por essa razão, faço o somatório das penas, totalizando 67 anos, 02 meses e 20 dias de reclusão”.

Relembre o crime

A caicoense Gillimara Santos, conviveu com Marilene por cinco anos e sofria constantes agressões e violência doméstica. O casal, oriundo de Caicó (RN), na época, se mudou para João Pessoa porque Marilene estava sendo investigada e procurada por ter matado dois amantes utilizando veneno, um deles em São Gonçalo do Amarante (RN).

A mãe e o sobrinho da vítima, estavam passando um período na casa de Marilene e Gillimara, e chegaram a presenciar brigas e agressões feitas por Marilene. Já estava combinado que, no dia 20 de março de 2021, a mãe e o sobrinho de Gillimara voltariam para Caicó. Na noite anterior à viagem, Marilene ofereceu suco e chá envenenados para Eliene e Davi Lucas, que adormeceram em seguida. Na manhã do dia seguinte, 21 de março, Eliene percebeu que Davi estava com os olhos revirados e espumando pela boca. Então, lembrou da bebida que Marilene havia dado na noite anterior e passou a acusar a denunciada de tê-los dopado.

Na ocasião, Gillimara e Marilene começaram uma discussão, e a vítima disse que não iria mais viajar com sua família. Neste momento, Marilene se trancou em um quarto com Gillimara e começou a lhe desferir diversos golpes de faca peixeira, totalizando 96 perfurações, ocasionando a morte da vítima.

A mãe de Gillimara, mesmo ainda estando dopada, tentou arrombar a porta do quarto a fim de salvar a filha, mas não conseguiu. Em seguida, pediu ajuda aos vizinhos para acionar a polícia. Após assassinar Gillimara, Marilene deixou as vítimas trancadas no apartamento e foi embora, chegando a confirmar aos vizinhos que estavam do lado de fora do edifício, que: “a mãe quer que ela a leve para Caicó, mas ela não vai!” e “pode multar”; se referindo ao barulho causado.”

Após a PM arrombar o apartamento, além do corpo de Gillimara, encontraram Eliene e Davi dopados, de maneira que mal conseguiam se manter em pé. Também encontraram seringas contendo carrapaticida, diversas cartelas vazias de tranquilizantes, e a faca peixeira utilizada no crime.

Marilene da Silva tentou fugir mas foi capturada e presa, dois dias após o crime, na cidade de Campina Grande (PB).

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