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Assessores do deputado Janones receberam pedido de entrega de salários. Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados.
Assessores do deputado Janones receberam pedido de entrega de salários. Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados.

Na Câmara dos Deputados, o deputado federal André Janones convocou seus assessores a utilizar parte de seus salários para custear suas despesas pessoais, prática conhecida como rachadinha e passível de inelegibilidade, conforme entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), caracterizando enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio público.

A reunião com os assessores, realizada na sala de reuniões do Avante, partido de Janones, antecedeu o pedido para que parte dos salários fosse destinada ao deputado. Ele, sem perceber que estava sendo gravado, explicitou suas intenções de aplicar a remuneração dos servidores em casa, carro, poupança e previdência. Janones, o segundo parlamentar mais votado de Minas Gerais em 2022, recebeu 238 mil votos.

Janones, que em 2016 foi candidato a prefeito em Ituiutaba, alcançando o segundo lugar com 13 mil votos, procurou apresentar a rachadinha como algo legal, mas ao mesmo tempo demonstrou preocupação com a possível exposição da prática, ressaltando que pouco se importaria caso fosse denunciado.

O áudio, gravado em fevereiro de 2019 pelo jornalista Cefas Luiz, ex-assessor de Janones, revelou as intenções do deputado em relação à rachadinha. A assessoria de Janones afirmou que os áudios foram tirados de contexto, enquanto o deputado não se manifestou sobre o assunto.

Em 2021, o TSE considerou a rachadinha como enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio, cassando o registro de candidatura de uma postulante a vereadora em São Paulo. O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda avaliará se a rachadinha configura crime, no caso do deputado Silas Câmara, do Republicanos do Amazonas.

No contexto político, Janones ganhou destaque em 2022 ao anunciar sua candidatura à Presidência, posteriormente retirada para coordenar as redes sociais da campanha de Lula. Durante o segundo turno, o deputado admitiu o uso de fake news em seu livro para desestabilizar o então presidente Jair Bolsonaro.

AgoraRN

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