Escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos disse nesta sexta-feira (1º) que está “seriamente preocupado” com um aumento dramático nas prisões de palestinos por Israel e pediu uma investigação sobre alegações de tortura sob custódia israelense.
Israel prendeu mais de 3 mil palestinos na Cisjordânia ocupada, incluindo em Jerusalém Oriental, desde o início da guerra em Gaza, no início de outubro, e um número recorde foi detido sem acusação ou julgamento, disse um comunicado do Escritório de Direitos Humanos da ONU nos territórios palestinos ocupados.
Em um período de dois meses, seis homens palestinos morreram sob custódia de Israel, o maior número de casos em um período tão curto em décadas, afirmou.
Desde o ataque do Hamas, em 7 de outubro, e o subsequente bombardeio de Gaza por parte de Israel, os palestinos detidos nas prisões israelenses têm relatado condições deterioradas, incluindo superlotação, acesso restrito a alimentos e água e visitas limitadas de familiares ou advogados. Muitos afirmaram que foram vítimas de espancamentos e abusos por parte dos guardas, inclusive com ameaças de violação.
“O aumento maciço do número de palestinos presos e detidos, o número de relatos de maus tratos e humilhações sofridos pelos que estão sob custódia e a suposta falha no cumprimento do devido processo básico levantam sérias questões sobre o cumprimento por parte de Israel do direito humanitário internacional e de leis de direitos humanos internacionais”, disse o Escritório de Direitos Humanos da ONU.
“Todos os casos de mortes sob custódia e alegações de tortura e outros maus tratos devem ser investigados e a responsabilização assegurada”.
O Serviço Prisional de Israel afirmou que todos os prisioneiros sob sua custódia “estão detidos de acordo com as disposições da lei” e que as mortes dos prisioneiros estão sob investigação.
Como parte de um acordo de trégua com o grupo palestino Hamas, que controla Gaza, Israel libertou 240 mulheres e adolescentes palestinos de suas prisões. Mais da metade foram detidos sem acusação, segundo registros de Israel.
Durante a pausa de uma semana nos combates, Israel prendeu mais de 260 palestinos na Cisjordânia ocupada, disse a Sociedade de Prisioneiros Palestinos.
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Agência Brasil