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Relatório do TRE-RN é primeiro documento da Justiça Eleitoral afirmando que as operações tiveram o potencial de atrapalhar a votação. Foto: Reprodução
Relatório do TRE-RN é primeiro documento da Justiça Eleitoral afirmando que as operações tiveram o potencial de atrapalhar a votação. Foto: Reprodução

Um relatório elaborado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) e enviado à Polícia Federal (PF) sugere indícios de que as blitzes realizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições presidenciais, em 30 de outubro de 2022, possam ter causado atrasos na chegada dos eleitores aos locais de votação.

Este é o primeiro documento do Judiciário Eleitoral que afirma que as operações tiveram o potencial de interferir na votação. Os dados do relatório, divulgados pelo portal G1 e confirmados pelo Estadão, agora fazem parte do inquérito da PF, que investiga se a PRF foi utilizada para interferir no processo eleitoral.

Na época, Silvinei Vasques, aliado do então presidente Jair Bolsonaro (PL), estava à frente da instituição, e as operações concentraram-se principalmente no Nordeste, onde Luiz Inácio Lula da Silva costuma ter uma expressiva votação. Vasques está detido preventivamente desde 9 de agosto em decorrência da investigação. Segundo o TRE-RN, houve uma alteração no padrão de horário em que os eleitores compareciam para votar. Muitos, que costumavam votar pela manhã, só chegaram às urnas após a Justiça adotar medidas emergenciais para liberar o caminho dos eleitores, já no período da tarde.

De acordo com a juíza eleitoral Erika Corrêa, mesários relataram um “baixo fluxo de comparecimento de eleitores” nas seções, além da ausência de filas e várias salas vazias nos locais de votação. A conclusão é que pode existir uma correlação entre as operações da PRF e a chegada tardia dos eleitores às urnas.

AgoraRN

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