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Categoria dos bugueiros alega burocracia da Setur-RN para cumprir medida solicitada pelo Ministério Público

Foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), no último sábado 16, uma recomendação emitida pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) pedindo a Secretaria Estadual de Turismo do Rio Grande do Norte (Setur-RN) para fazer um chamamento público aos permissionários do Serviço de Buggy-Turismo e bugueiros credenciados cujas situações estejam irregulares. Atualmente, cerca de 63% dos buggies que rodam no estado estão com o cadastro desatualizado.

Conforme o pedido do MPRN, os bugueiros têm o prazo de 180 dias para renovar o Certificado de Registro de Veículo Credenciado e atualizarem as respectivas credenciais do serviço de buggy turismo. Caberá à Setur informar, no prazo de 10 dias úteis, as ações adotadas para o cumprimento da medida. O não cumprimento acarretará em medidas administrativas e judiciais.

Considerando dados da Setur, até 23 de outubro passado, existem 709 bugueiros credenciados no Rio Grande do Norte. Desses, 306 (43%), possuem credenciamento desatualizado. No serviço de buggy turismo, há 660 permissões, ou seja, a garantia de que o carro possa rodar, das quais 421 não estão atualizadas, representando mais de 63% de cadastros irregulares, segundo a Secretaria de Turismo estadual.

De acordo com o Sindicato dos Bugueiros Profissionais do Rio Grande do Norte (Sindbuggy/RN), algumas dessas permissões estão desatualizadas em razão do falecimento dos bugueiros credenciados e que ainda permanecem no nome do falecido, bem como a burocracia para se trocar o nome do veículo de proprietário. Neste sentido, os profissionais da área tem atuado, muitas vezes, com o carro emprestado.

Procurada sobre o assunto pela redação do AGORA RN, a Setur-RN informou que vai cumprir as recomendações.

“A secretaria está em constante diálogo com o Sindicato dos Bugueiros. Neste primeiro momento estamos no processo de conscientização, para que, no meio do ano, após o mês de junho, essa fiscalização tenha início efetivamente. Mas reiteramos que, no primeiro momento, será de conscientização”, disse o órgão por meio de nota.

Categoria alega burocracia da Setur

O presidente do Sindicato dos Bugueiros Profissionais do Rio Grande do Norte (Sindbuggy/RN), Hertz Medeiros, alega que as principais dificuldades dos bugueiros atualmente para se manterem regulares são a questão estrutural da Setur-RN, a falta de fiscalização da legislação e os efeitos da pandemia da Covid-19 no setor.

“Quem fiscaliza e rege essa lei é a Setur-RN, mas o órgão não tem fiscais. Além disso, outras instituições não podem fazer a fiscalização. Então, fica muito a desejar a vontade dos próprios profissionais de ir lá e fazer suas renovações, ou seja, fica um pouco autônomo a coisa porque a secretaria não tem fiscais em seu quadro”, disse.

Ainda conforme Hertez, durante a pandemia, o turismo foi impedido de exercer a atividade, por isso muitos permissionários morreram ou venderam os carros. Mas, existe uma portaria que fala sobre as vendas dos veículos. A medida obriga a quem comercializar o carro a passar a propriedade em até 90 dias para o novo dono. Na avaliação do presidente, este seria mais uma burocracia que atrasa a manutenção da regularidade.

Sobre a falta de fiscalização, a Setur afirmou que somente agora, com a recomendação do MPRN, haverá uma discussão sobre o assunto. “Neste primeiro momento, está sendo discutida a questão da conscientização. Durante este tempo, o MPRN, junto ao CPRE, a Setur e o Detran vão trabalhar em conjunto para determinar a quem ficará a competência de fiscalização”, conta a assessoria.

AgoraRN

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