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Potiguar aguarda sete meses por cirurgia eletiva para retirada de pedras nos rins que deveria ser realizada pelo SUS
Potiguar aguarda sete meses por cirurgia eletiva para retirada de pedras nos rins que deveria ser realizada pelo SUS

“Eu comecei a sentir o meu corpo todo dolorido. As dores só foram aumentando com o tempo e eu não fazia ideia do que era”, disse em tom angustiado a potiguar Giselda dos Santos sobre os primeiros momentos de quando adoeceu devido aos cálculos renais. Em novembro de 2022, a agricultora de 45 anos, natural do assentamento Cajá, no município de Touros, começou a passar mal várias vezes durante grande parte do dia. Em contato ao AGORA RN, ela afirmou que, sem saber o que tinha, precisou ir várias vezes à UPA para receber atendimento.

Enquanto não conseguia fazer os exames para descobrir o verdadeiro motivo das dores intensas, ela continuava trabalhando em casa. Após alguns meses, ela relatou que as dores aumentaram, o que a fez parar o trabalho intenso de casa, conseguindo apenas ajudar a família lavando louça. Sem saber a causa, Giselda veio à Natal para ficar na casa de parentes e tentar realizar os exames no serviço privado como forma de agilizar o processo.

Quando a primeira ultrassonografia foi feita, apontou a presença de cinco cálculos renais e a decisão imediata da retirada por meio de cirurgia. A agricultora contou que na época ficou satisfeita de finalmente saber o que estava acontecendo e de acreditar que era só questão de tempo para a cirurgia ser realizada. “Demos entrada na fila do SUS para as cirurgias eletivas em maio, com todas as documentações. Acreditei que iria ser rápido, mas não foi”, disse.

Após o afastamento do trabalho, a agricultora já frequentou o pronto-socorro dos hospitais de João Câmara e de Touros diversas vezes. Em um dos exames feitos, foi apontado também que um dos cálculos já a estava prejudicando cada vez mais, ao obstruir o uretér e interferir na passagem da urina para a bexiga.

Sobre a realização da cirurgia para a retirada dos cálculos, ela afirmou que desde o início do processo não foi informada da previsão e que espera apenas uma ligação para fazer o procedimento. “Me sinto revoltada. Já me mandaram para lá e para cá, mas não me informaram quantas pessoas estão na minha frente nessa fila e não faço a mínima ideia de quando minha hora vai chegar”, lamentou.

Além disso, com toda a situação, Giselda contou que se sente angustiada, não só por sentir muitas dores, mas por não conseguir ajudar no sustento da família. “Hoje eu só consigo lavar louça. Meu marido que está fazendo todo o serviço pesado da agricultura e minha filha que tem me ajudado nas coisas que antes conseguia fazer. Quando ela deixa os filhos na escola, vem para a minha casa fazer os serviços que antes eu fazia. É horrível”, desabafou.

O AGORA RN entrou em contato com a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) desde o dia 24 de novembro de 2023 para receber os dados sobre a quantidade de pessoas que esperam na fila de cirurgias eletivas no estado, assim como as cirurgias mais solicitadas, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

Programa Nacional de Redução de Filas

Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde lançou oficialmente o Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, que visa ampliar a realização de cirurgias eletivas em todo o país, além de reduzir significativamente as filas de exames e consultas especializadas.

Com o investimento de R$ 600 milhões em 2023, o Ministério afirmou que a distribuição desses recursos será realizada de acordo com a estimativa populacional de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para cada estado do país.

No RN, foi apontada a previsão para um repasse de R$ 10 milhões. Além disso, deste total, a pasta confirmou ao AGORA RN a transferência de R$ 6,6 milhões. Ainda segundo as informações recebidas do Ministério da Saúde, de março a outubro de 2023, o RN já realizou 4.450 procedimentos no âmbito do Programa Nacional de Redução das Filas.

AgoraRN

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