Autoridades japonesas disseram nesta quarta-feira (3) que o avião de passageiros que colidiu com o turboélice da Guarda Costeira em um aeroporto de Tóquio recebeu permissão para pousar, mas o avião menor não foi liberado para decolar. A informação foi dada com base em transcrições de conversas com a torre de controle.
Todas as 379 pessoas a bordo do Airbus A350 da Japan Airlines escaparam depois que o avião explodiu em chamas, em decorrência do acidente dessa terça-feira com o turboélice De Havilland Dash-8 da Guarda Costeira, logo após o pouso no aeroporto de Haneda.
Cinco pessoas, no entanto, morreram entre os seis tripulantes da Guarda Costeira que partiriam em um voo de auxílio aos atingidos pelo grande terremoto na costa oeste. O capitão, que conseguiu escapar, ficou gravemente ferido.
Autoridades deram início às investigações e ainda há incertezas sobre as circunstâncias do acidente, entre elas o motivo de as duas aeronaves terem ido parar na mesma pista.
As transcrições das instruções de controle de tráfego divulgadas pelas autoridades parecem mostrar que o avião da Japan Airlines recebeu permissão para pousar, mas que a aeronave da Guarda Costeira foi instruída a taxiar até um ponto de espera próximo à pista.
Um funcionário do Departamento de Aviação Civil do Japão disse aos repórteres que não havia nenhuma indicação nessas transcrições de que a aeronave da Guarda Costeira tivesse recebido permissão para decolar.
O capitão do avião da Guarda Costeira afirmou que havia entrado na pista de decolagem depois de receber permissão, afirmou um representante da Guarda Costeira, embora reconhecendo que não havia nenhuma indicação nas transcrições de que ele havia sido autorizado a fazer isso.
“O Ministério dos Transportes está enviando material objetivo e cooperará totalmente com a investigação para garantir que trabalhemos juntos e tomemos todas as medidas de segurança possíveis para evitar que isso ocorra novamente”, disse o ministro dos Transportes, Tetsuo Saito, aos repórteres.
O Comitê de Segurança de Transporte do Japão está investigando o incidente, com a participação de agências na França, onde o avião da Airbus foi construído, e no Reino Unido, onde os motores Rolls-Royce foram fabricados, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
O comitê recuperou o gravador de voz da aeronave da Guarda Costeira, segundo as autoridades.
Enquanto isso, a polícia de Tóquio está investigando se houve possível negligência profissional, de acordo com vários veículos de mídia, incluindo a Kyodo e o jornal de negócios Nikkei.
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Agência Brasil