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© Reuters

O Estado Islâmico (EI) reivindicou nesta quinta-feira (4) a responsabilidade pelas duas explosões que mataram quase 100 pessoas e feriram centenas em um memorial no Irã para o comandante Qassem Soleimani, que foi assassinado no Iraque por um drone dos Estados Unidos em 2020.

Em um comunicado publicado em seus canais no Telegram, o grupo militante muçulmano sunita disse que dois membros do EI detonaram seus cintos explosivos na multidão que se reuniu no cemitério na cidade de Kerman, no sudeste do Irã, na quarta-feira, para o aniversário da morte de Soleimani.

O Irã havia culpado “terroristas” pelas explosões e prometeu vingança pelo ataque mais sangrento desse tipo desde a Revolução Islâmica de 1979. As duas explosões também feriram 284 pessoas, incluindo mulheres e crianças.

“Uma retaliação muito forte será aplicada a eles pelas mãos dos soldados de Soleimani”, disse o primeiro vice-presidente do Irã, Mohammad Mokhber, a repórteres em Kerman.

Mais cedo, uma fonte anônima havia dito à agência de notícias estatal Irna que a primeira explosão no cemitério de Kerman, cidade natal de Soleimani, foi “resultado da ação de um homem-bomba”.

“A causa da segunda explosão foi provavelmente a mesma”, disse a fonte à Irna.

O Conselho de Segurança da ONU condenou em um comunicado na quarta-feira (3) o “covarde ataque terrorista” em Kerman e enviou condolências às famílias das vítimas e ao governo iraniano.

Estado Islâmico

Em 2022, o Estado Islâmico reivindicou responsabilidade por um ataque letal contra um santuário xiita no Irã que matou 15 pessoas.

Ataques anteriores reivindicados pelo Estado Islâmico incluem duas bombas em 2017 que visaram o Parlamento do Irã e o túmulo do fundador da República Islâmica, o aiatolá Ruhollah Khomeini.

Os Estados Unidos negaram qualquer envolvimento nas explosões e também disseram que não tinham motivos para acreditar que Israel estivesse envolvido. Disseram que as explosões pareceram um “ataque terrorista” similar aos realizados no passado pelo Estado Islâmico.

Teerã muitas vezes acusa seus arqui-inimigos, Israel e Estados Unidos, de apoiarem grupos militantes anti-Irã que realizaram ataques contra a República Islâmica no passado. Militantes balúchis e grupos de separatistas com etnia árabe também realizaram ataques no Irã.

O assassinato de Soleimani pelos EUA em um ataque com drone em 3 de janeiro de 2020 no aeroporto de Bagdá, e a retaliação de Teerã — atacando duas bases militares iraquianas que abrigam tropas norte-americanas — aproximaram EUA e Irã de um conflito.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Matéria ampliada às 16h37

Agência Brasil

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