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Lei começou a valer nesta terça-feira 5, com a publicação no Diário Oficial - Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil
Imagem ilustrativa - Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil

Nesta terça-feira 9, o parlamento sul-coreano aprovou um projeto de lei que proíbe a criação e o abate de cães para consumo, encerrando uma prática tradicional, mas controversa, de consumir carne de cachorro que perdurou por anos. O projeto recebeu apoio bipartidário, evidenciando a mudança de atitudes em relação ao consumo de carne de cão ao longo das décadas de industrialização do país.

A nova lei impede a distribuição e venda de produtos alimentícios elaborados com ingredientes caninos, focando principalmente na indústria, como criadores e vendedores de cães. Aqueles que consomem carne de cão não serão penalizados. Abater um cachorro para consumo pode resultar em até três anos de prisão ou multa de até 30 milhões de won coreanos (aproximadamente US$ 23 mil, cerca de R$ 112 mil).

Proprietários de fazendas, restaurantes e outros envolvidos no comércio de carne de cão têm um prazo de três anos para fechar ou mudar de negócio, com apoio dos governos locais para transição “estável”.

O projeto, apoiado pelo partido no poder e pela principal legenda da oposição, aguarda aprovação final do presidente Yoon Suk Yeol. A primeira-dama Kim Keon Hee, defensora da causa animal, expressou apoio durante uma visita à Holanda em dezembro.

A prática de consumir carne de cachorro é enraizada em partes da Coreia do Sul, Vietnã e sul da China, historicamente vista como uma fonte de proteína acessível. No entanto, a percepção mudou com o declínio do consumo, especialmente entre os jovens urbanos. Uma pesquisa de 2022 mostrou que 64% dos entrevistados se opõem ao consumo de carne de cão, um aumento significativo desde 2015.

O país possui cerca de 1.100 fazendas de cães para consumo, com aproximadamente meio milhão de cães criados para esse fim, de acordo com o Ministério da Agricultura, Alimentação e Assuntos Rurais. Ativistas dos direitos dos animais, como a Humane Society International, têm trabalhado para resgatar cães dessas fazendas.

Embora o projeto tenha encontrado resistência de criadores e empresários, defensores afirmam que medidas de apoio e compensação ajudarão a indústria a se adaptar. A nova legislação reflete a evolução das atitudes em relação aos animais e às práticas alimentares na Coreia do Sul.

AgoraRN

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