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Embaixador palestina no Planalto. Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
Embaixador palestina no Planalto. Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O embaixador da Autoridade Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que o governo brasileiro apoie uma denúncia feita pela África do Sul contra Israel perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ), e contribua para encerrar o que chamou de “genocídio” na Faixa de Gaza, durante reunião nesta quarta-feira 10.

Lula recebeu o embaixador da autoridade palestina nesta manhã no Palácio do Planalto, após reunião com o chanceler Mauro Vieira e o assessor especial Celso Amorim, no Alvorada. Este foi o segundo encontro entre o presidente e o representante diplomático palestino.

Os dois discutiram, entre outros temas, a denúncia da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal órgão judicial da Organização das Nações Unidas sediado em Haia, na Holanda. A instância abre processos contra Estados, ao contrário do Tribunal Penal Internacional (TPI), que julga indivíduos.

No documento, o governo sul-africano alega “supostas violações por parte de Israel de suas obrigações segundo a Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio em relação aos palestinos na Faixa de Gaza”.

Segundo o embaixador Alzeben, o Brasil está “estudando” apoiar a iniciativa da África do Sul, na Corte da ONU, mas a posição brasileira está clara: “Condenar qualquer tipo de genocídio contra qualquer ser humano”.

“Solicitamos sim o apoio do Brasil a essa iniciativa que tem como objetivo por fim a esse genocídio contra o povo palestino e libertar, neste caso, tanto Israel deste episódio, quanto a população palestina”, declarou o embaixador à imprensa, após reunião no Planalto.

“Eles estão estudando e, obviamente o Brasil está representado [na CIJ] com o juiz Nemer Caldeira, e a posição do Brasil está clara. Condenar qualquer tipo de genocídio contra qualquer ser humano”, seguiu.
A expectativa das autoridades palestinas é que a denúncia contribua com o fim do conflito. “A pior gestão é aquela que não se faz. Nós apoiamos essa iniciativa porque somos nós quem paga o maior preço [da guerra entre Israel e o Hamas]. O genocídio tem que parar de toda maneira, e com o apoio da comunidade internacional”.

O embaixador palestino afirmou que, durante a reunião, expressou gratidão ao Brasil pelo apoio à criação dos dois Estados, e pelo fim do conflito em Gaza e as agressões na Cisjordânia e Jerusalém. “Coincidimos em vários pontos de que a paz é a única solução para o conflito”.

Alzeben fez um apelo: “Chega. São 95 dias de genocídio, de bombardeio, a Faixa de Gaza praticamente ficou ‘invivível’”.

AgoraRN

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