Desde 2010 que os deputados João Maia e George Soares faziam dobradinhas em Assú e na região do Vale do Açu. Esse entendimento político acabou. Ontem, o presidente estadual do PP, João Maia, recebeu em sua residência na capital o maior adversário da família Soares, o ex-prefeito Ivan Júnior (União Brasil). A vice-prefeita Fabielle Bezerra, rompida com o prefeito Gustavo Soares, anunciou filiação ao PP.
Fabielle é o nome que João Maia quer para concorrer à Prefeita de Assú. Em 2020, a eleição mais apertada no Rio Grande do Norte foi em Assú: Gustavo e Fabielle juntos tiveram 49,12%, contra 49,11% de Ivan Júnior. Uma maioria de cinco votos. A soma de brancos, nulos e abstenções foi de 7.913, ou 18,77% dos aptos a votar. O grupo governista que administra por oito anos a capital do Vale culpa as abstenções. Neste ano, George Soares, líder do grupo, lançou o primo Lula Soares, filho do ex-prefeito Lorinaldo Soares, irmão do ex-deputado e ex-prefeito Ronaldo Soares. Ivan tenta colocar a esposa, Dra. Vanessa Lopes (União Brasil), como cabeça de chapa, mas João Maia quer mesmo Fabielle como prefeita.

RECURSOS

A governadora Fátima Bezerra e o secretário Cadu Xavier (Fazenda) estavam até ontem em Brasília em busca de recursos para o Governo do Estado. Sem alarde nas redes sociais, estiveram com a presidente em exercício do BNDES, Tereza Campelo. Também foram com a secretária de Cultura, Mary Land Brito, à direção do Banco do Brasil.

COLADOS

O prefeito Álvaro Dias cumpre todas as agendas políticas e até religiosas ao lado da secretária Joanna Guerra (Planejamento), sua pré-candidata à Prefeitura do Natal. Os dois participaram da missa em ação de graças pelos 14 anos de ordenação do Padre Motta, pároco da igreja São Pedro, no bairro do Alecrim. Os dois estavam na primeira fila da igreja.

REPUBLICANOS

De acordo com fonte do Palácio Felipe Camarão, Álvaro Dias já acertou as filiações no Republicanos de Kleber Fernandes, Raniere Barbosa, Chagas Catarino, Margarete Régia, Nivaldo Bacurau e Peixoto, além da manutenção do Bispo Francisco de Assis, mesmo este não concorrendo à reeleição. O prefeito quer o seu partido como o maior da Câmara Municipal.

RESTA UM

O vereador Preto Aquino insiste em sair com uma nominata própria, como fez em 2020. Ele pediu para o prefeito Álvaro Dias escolher a futura sigla. Sonha com o PSB, mas o secretário Rafael Motta (Esporte) tem outros planos: filiar nomes ligados a Álvaro que não querem assinar a ficha da grande nominata do Republicanos. Preto quer uma nominata na qual ele seja o primeiro de cara.

RADICAL

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL), não economizou nas críticas ao ato pela democracia em Brasília. “Dilma, Genoíno, Gabeira, José Dirceu… todos ex-terroristas com envolvimento na luta armada contra o governo da época, ao contrário da maioria dos manifestantes que promoveram baderna em 8 de janeiro de 2023. A reconciliação do País se deu com o projeto de anistia e a redemocratização. A diferença é a estatura dos líderes que promoveram a reconciliação. Lula não tem estatura e nem sabe o que é democracia. O PT é autoritário e ditatorial”, publicou em suas redes sociais.

CLÃ BOLSONARO

O entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou os ataques golpistas ocorridos nas sedes dos três Poderes há um ano. Enquanto Michelle Bolsonaro postou uma homenagem a Cleriston Pereira da Cunha, réu dos ataques morto em novembro no Complexo Penitenciário da Papuda (DF), os filhos Carlos, Flávio e Eduardo adotaram estratégias que vão desde menosprezar a adesão da população a atos envolvendo a efeméride até afirmar que as manifestações ocorridas em Brasília têm cunho político e servem para desgastar Bolsonaro.

REDES

Aliás, o Telegram teve disputa de versões entre orgulho e conspiração um ano após 8 de Janeiro. Os mesmos chats extremistas do Telegram onde bolsonaristas organizaram os ataques em Brasília passam por uma disputa no discurso que varia entre o orgulho e a conspiração em relação ao episódio. A análise é do Laboratório de Humanidades Digitais da UFBA, que levantou 2,5 mil mensagens relacionadas ao tema em 122 grupos e 125 canais de extrema-direita do aplicativo, entre 1º e 8 de janeiro.