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Um profissional de saúde fala com um palestino ferido, que receberá tratamento em um hospital egípcio, no posto fronteiriço de Rafah com o Egito, no sul da Faixa de Gaza, em 1º de novembro de 2023. REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
© REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa

A guerra no Oriente Médio perdura e os hospitais de Gaza continuam a lidar com número excessivo de feridos. O coordenador da Organização Mundial da Saúde (OMS) Sean Casey, enviado à região, descreveu, nessa quarta-feira (17), um cenário em que os pacientes estão “à espera de morrer” nos hospitais, praticamente inoperantes devido ao conflito.

Casey passou cinco semanas no território palestino e contou ter visto todos os dias doentes hospitalizados, “com queimaduras graves ou fraturas expostas”, e que “esperavam horas ou dias” para serem tratados.

O coordenador disse ainda ter visto doentes no norte da Faixa de Gaza “à espera de morrer num hospital sem combustível, eletricidade ou água”.

“Muitas vezes pediam-me comida ou água, o que demonstra o nível de desespero”, acrescentou. Casey só conseguiu visitar seis dos 16 hospitais de Gaza que estão em funcionamento. Antes do reacender da guerra, eram 36 as unidades hospitalares em funcionamento. Os hospitais em Gaza contam neste momento com número de pessoal reduzido, uma vez que muitos dos profissionais da área de saúde abandonaram a região devido aos ataques israelenses.

Em declarações na sede da Organização das Nações Unidas em Nova York, Sean Casey disse ter assistido presencialmente a “rápida deterioração do sistema de saúde”, assim como “a queda no nível de acesso à ajuda humanitária, particularmente nas áreas do norte da Faixa [de Gaza]”.

“Tentamos todos os dias, durante sete dias, entregar combustível e mantimentos no norte da cidade de Gaza”, afirmou o representante da OMS, acrescentando que “todos os dias esses pedidos foram recusados”.

Entretanto, as forças israelenses que continuam a tentar tomar a principal cidade do sul da Faixa de Gaza bombardearam, nesta quinta-feira, as proximidades do maior hospital ainda em funcionamento no enclave, fazendo com que pacientes e habitantes fugissem em pânico, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras.

Desde 7 de outubro, quando o Hamas iniciou um ataque em Israel que levou a uma operação militar israelense na Palestina, já morreram mais de 24 mil palestinos e grande parte da Faixa de Gaza ficou devastada.

Recentemente, Israel disse que planeja reduzir suas operações terrestres e mudar para táticas de menor escala. No entanto, antes disso, o país parece estar determinado a capturar a totalidade da cidade de Khan Younis, que diz ser a base principal dos combatentes do Hamas.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.

Agência Brasil

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