Dois influenciadores digitais natalenses viralizaram nas redes sociais nos últimos dias por causa de um vídeo gravado no Morro do Careca, principal cartão-postal de Natal.
Nas imagens, os influenciadores aparecem vestidos de Homem-Aranha e dizem “proteger” a duna contra eventuais subidas – que são proibidas. “Cara, tô vigiando o morro para saber se tem algum turista engraçadinho que vai subir a ‘merda’ desse morro”, afirma um dos influenciadores no vídeo.
O vídeo é produzido pelos influenciadores Homem-Aranha Natalense (@aranhanatalense) e Paulo Victor Freitas (@eu.pvfreitaz).
Apesar da boa intenção, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema-RN) alerta que os influenciadores correram perigo e também cometeram infração ambiental por ultrapassarem a área isolada e se aproximarem da base do morro. No local, há um perímetro definido que não pode ser violado.
No vídeo, não há presença de fiscais, embora haja um acordo para que a Polícia Militar fiscalize a área pela manhã e a Guarda Municipal, à tarde. Há outros banhistas dentro da área proibida.
Como a área está sob forte processo de erosão, a base do Morro do Careca pode desabar a qualquer momento, o que pode causar acidentes.
Subir no Morro do Careca e ultrapassar a área delimitada é uma infração ambiental. Pisar na duna, que integra uma área de preservação ambiental (APA), agrava o processo de erosão que atinge o morro. Desde 1997, a Justiça proibiu o acesso à duna por causa disso. De acordo com o Idema, com base nos artigos 72 e 73 do Decreto Federal nº 6.514, de 2008, a subida pode render multa que varia entre R$ 10 mil e R$ 200 mil.
Ao subir no local, a pessoa acelera impactos ambientais como erosão e perda de sedimentos, rebaixamento da topografia, danos à paisagem e perda de vegetação lateral. Há também o descarte de resíduos.
A fiscalização do local é feita diariamente pela Polícia Militar, por meio da Batalhão de Policiamento Ambiental (BPAmb). A Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal (Semurb) e a Guarda Municipal também ajudam no monitoramento.
AgoraRN