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Atualmente, são mais de 1,5 milhão de veículos emplacados no Rio Grande do Norte; menos de 1% da frota é composta por híbridos e elétricos. Foto: José Aldenir / Agora RN

Conhecido pelo protagonismo na geração de energia elétrica por fontes sustentáveis, principalmente nos ramos eólico e fotovoltaico, o Rio Grande do Norte ainda engatinha quando o assunto é carro elétrico. Dados da frota de veículos em tempo real, do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (Detran/RN), apontam que, dos 1,5 milhão de veículos emplacados no Estado, apenas 1.171 são eletrificados – híbridos ou elétricos –, o correspondente a 0,07% de todos os automóveis registrados no Estado.

Dados do Departamento Nacional de Trânsito apontam que Natal, Parnamirim e Mossoró são, respectivamente, os três municípios com o maior número de automóveis eletrificados no Rio Grande do Norte. Mesmo com tanto potencial energético renovável, o Rio Grande fica atrás de outros estados do Nordeste no número de veículos eletrificados. Bahia, Pernambuco e Ceará – três dos grandes mercados de veículos da região – são os estados com maior número destes veículos eletrificados, seguidos por Maranhão, Paraíba e Alagoas. O Rio Grande do Norte supera apenas Piauí e Sergipe.

A diferença entre carros elétricos e híbridos está justamente na motorização: os elétricos são movidos por apenas um tipo de motor, alimentados por uma bateria. Já os híbridos são aqueles veículos que têm dois tipos de motores, um à combustão e outro elétrico. Eles podem ser do tipo convencional ou plug-in – que têm recarga das baterias feita por um carregador conectado à energia, da mesma maneira que veículos elétricos.

Para o consultor automotivo Eduardo Zaisov, os principais fatores que ainda impedem um número maior de veículos híbridos e elétricos nas ruas do Rio Grande do Norte seguem um fator que também se vê a nível nacional. “O preço mais elevado dos elétricos e híbridos em relação aos veículos à combustão é um ponto de importante relevância nas vendas, sem falar na incógnita do futuro desses carros no mercado com o passar dos anos, levando em consideração a desvalorização e manutenção”, avaliou.

Segundo ele, a questão da infraestrutura ainda considerada pobre, com menos pontos de recarga, faz com que se crie uma dificuldade ao motorista que costuma interferir na decisão de compra de quem tem poder aquisitivo suficiente para esta escolha. “Pontos de recargas fora dos grandes centros, também colaboram para uma baixa adesão de veículos do tipo. A infraestrutura de recarga está crescendo, mas muitos pontos não tem carregamento rápido, o que exige do usuário mais disponibilidade de tempo em uma viagem, por exemplo. Se tiver um aumento efetivo de pontos de recarga, provavelmente teremos um incremento de carros elétricos rodando”, completou.

Benefício cortado

Em 2023, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), foram 93.927 carros eletrificados emplacados no Brasil. Um crescimento de 91% em relação ao ano de 2022. Comparando apenas o mês de dezembro de 2023 com o de 2022, o crescimento nas vendas de eletrificados no País foi de 191%.

Segundo Ricardo Bastos, presidente da ABVE, o resultado foi alcançado principalmente em virtude do anúncio do aumento do imposto de importação de veículos elétricos e híbridos a partir de janeiro. “Os números indicam principalmente uma sensível evolução desse mercado este ano, com os veículos [híbridos] plug-in chegando a dois terços das vendas em dezembro, confirmando a confiança e a preferência cada vez maior do consumidor pelas novas tecnologias”.

A partir deste ano, carros elétricos voltaram a pagar impostos de importação. A medida do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços foi tomada com a justificativa de “desenvolver a cadeia automotiva nacional, acelerar o processo de descarbonização da frota brasileira e contribuir para o projeto de neoindustrialização do país”. Atualmente, nenhuma das fabricantes que fabricam automóveis em território nacional produzem veículos elétricos.

Mesmo assim, Bastos prevê crescimento deste mercado a nível nacional e estima a comercialização de 150 mil veículos eletrificados. “Acredito em 2024 que o mercado seguirá a mesma evolução do final ano passado, optando por tecnologias de zero ou baixa emissão, com um mix em torno de dois terços de veículos plug-in (PHEV e BEV) e um terço de híbridos convencionais (HEV)”, projetou.

RN tem isenção de IPVA para elétricos, mas não para híbridos

De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria da Fazenda do RN (Sefaz), a legislação do RN prevê a isenção do Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) apenas para veículos exclusivamente elétricos. Carros híbridos, portanto, não estão contemplados e pagam o tributo conforme automóveis movidos à combustão.

Alguns estados da região Nordeste, como Alagoas, têm regime diferentes para eletrificados, com elétricos pagando 0,5% a partir do segundo ano e 1% a partir do terceiro ano; já os híbridos pagam 0,75% no ano seguinte ao da compra e 1,5% dois anos após. Estes valores são porcentagem com base no valor venal – usado pela unidade da federação como base de cálculo para tributos. No Maranhão, os elétricos são isentos de IPVA, mas os híbridos pagam 2,5%. Pernambuco foi um dos últimos estados a aderir ao desconto total de IPVA para os elétricos.

No Rio de Janeiro, veículos elétricos pagam 0,5% de IPVA e os híbridos 1,5%. Outros estados da região, como o Distrito Federal, isentam totalmente o tributo estadual tanto para veículos elétricos quanto para híbridos. O Paraná, que até o final de 2023 isentava os elétricos, extinguiu o benefício a partir deste ano.

AgoraRN

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